O cantor Caetano Veloso afirmou que acompanhou com “suspeição” a Operação Lava-Jato e que o processo investigatório se revelou “muito tendencioso", após o ex-juiz Sérgio Moro se tornar ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL). O artista ainda disse que o ex-magistrado “merece” enfrentar dificuldade em desvincular a imagem do presidente da República. A declaração foi feita durante o programa Roda Viva desta segunda-feira (20/12), da TV Cultura.
A opinião foi dada pelo artista após ser questionado sobre a operação da Polícia Federal (PF) contra o pré-candidato Ciro Gomes e o irmão, Cid Gomes, na última quarta-feira (15/12), a qual classificou de “suspeita”.
Ele contou que vê a operação com a mesma “desconfiança” com que acompanhou a Lava-Jato, processo investigatório que tornou o ex-juiz Sérgio Moro em uma pessoa pública — ao passo que também rendeu a ele um cargo de ministro do governo Bolsonaro após os julgamentos, inclusive o julgamento e prisão do ex-presidente Lula.
“Mesmo porque ele foi se revelando muito tendenciosa, o alinhamento político de Moro com Bolsonaro. Ele tem dificuldade de desfazer (a relação) agora e ele merece isso. Tem que enfrentar dificuldade mesmo, é o mínimo”, disse.
O artista disse que “respeita” às ações da Lava-Jato que possibilitaram a devolução de valores desviados para as instituições públicas, mas que sempre desconfiou das decisões dentro do processo.
Ele ainda criticou a posição da imprensa na época. “A imprensa naquela altura foi um pouco passiva demais e pouco crítica. Nunca me identifiquei com o movimento da Lava-Jato com aquela falta de crítica da imprensa. Me pareceu de fato suspeito”, disse. Veja o momento:
No #RodaViva, @caetanoveloso afirmou que sempre teve suspeitas acerca da "onda da Lava Jato" e apontou a posição da imprensa: "Foi um pouco passiva demais, e pouco crítica". pic.twitter.com/cQjyYgkQ3r
— Roda Viva (@rodaviva) December 21, 2021
A edição que recebe Caetano Veloso conta com as perguntas de Luiz Antonio Simas, professor e escritor, Adriana Couto (TV Cultura), Mariliz Pereira Jorge (Folha de S. Paulo), Maria Fortuna (O Globo), Leonardo Lichote (crítico musical) e Ademir Correa (Rolling Stone Brasil). O programa teve o comando de Vera Magalhães.
“Eu já estou de Lula”: cantor revela apoio para as eleições 2022
Após apoiar Ciro Gomes (PDT) para a presidência da República nas eleições de 2018, o cantor Caetano Veloso confirmou que está decidido a votar em Lula no pleito de 2022. Ao ser questionado sobre a quem vai doar o apoio nas urnas, ele foi direto ao responder que “já está” com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Você vai de Lula?”, perguntou a repórter Vera Magalhães. “Total”, respondeu enfático. “Eu já estou de Lula, de certa forma, porque as coisas estão configuradas. Meu coração está com Lula e com Ciro”, afirmou. A declaração foi feita logo após o cantor dizer que não sabia se definir politicamente, mas que estava “à esquerda de mim mesmo”.
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