Há políticos decentes e que prestam? Sim, há. Procurando, muito bem procurado, até que encontramos, aqui e ali, alguns espécimes do gênero, mas são tão raros quanto picanha no meu churras ou gasolina na minha furreca.
Fato é que, políticos, por natureza, são diferentes de nós, eleitores. Buscam o poder e o reconhecimento acima de tudo, e muitas vezes desconhecem limites — éticos, morais, humanos, etc — em busca do objetivo.
Eleitor comum
O eleitor médio não está nem aí para a política e os políticos. Querem apenas tretas e algumas palavras de ordem. Sobrando tempo, querem também, em alguns casos, comida farta e barata, e ladrões na cadeia. País desenvolvido é coisa de sonhador.
Os lulopetistas não estão nem aí para esse negócio de corrupção. Os bolsonaristas não estão nem aí para rachadinhas e negacionismo. E os que não estão nem aí para os dois lados não estão nem aí para nada também.
Sergio Moro é intelectualmente preparado e moralmente ilibado, características que Lula, o meliante de São Bernardo, e Bolsonaro, o verdugo do planalto, não possuem, mas isso não lhe garante nem sequer 10% nas pesquisas.
Erros em série
João Doria administra exemplarmente o maior estado da Federação - o único que cresceu na pandemia. Literalmente salvou milhões de vidas com a vacina que trouxe da China, mas quem se importa? Afinal, ele usa calça apertada.
Em 2018, nós tínhamos os geniais Henrique Meirelles e João Amoedo, mas preferimos… Bolsonaro! Como já preterimos outros ótimos candidatos em favor de uma estoquista de vento, um coroné com o "saco roxo" e um sindicalista de araque.
Por quê? Ora, porque potenciais bons ou ótimos candidatos à Presidência do País costumam ser chatos, educados, sem graça, esnobes. Pouco importam o preparo, a experiência, a honradez e a história pregressa.
Corno manso
Brasileiros gostam de cabras-macho; de mitos; de pais e mães dos pobres; de salvadores da pátria. Pouco importa se roubam, se são rachadores, milicianos, corruptos, assassinos, negacionistas ou o escambau.
Se o cara promete o que não vai cumprir; se jura a inocência que todas as provas indicam contrário; se invoca o nome de Deus; se garante que a Terra é plana; se promete varrer o mal de nossas vidas (males é que não faltam!), tem boas chances de ser eleito.
O eleitor brasileiro não quer um presidente; quer um impostor para lhe cornear. É o tal "corno manso", ou hiena, que come carne podre e ri. E ainda sai por aí brigando com os outros, em nome de quem os corneia sem parar. Bando de idiotas sem amor próprio, isso sim.
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