COVID-19

Bolsonaro defende: Vacina em criança só com autorização dos pais e receita médica

O presidente relatou ter pedido ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga que os pais ou responsáveis de menores de 12 anos assinem um termo de responsabilidade para vacinar as crianças contra a covid-19, somado à exigência de receita médica. Conclusão da área técnica da Anvisa aponta que os benefícios da vacina superam os riscos

Ingrid Soares
postado em 19/12/2021 18:25 / atualizado em 19/12/2021 18:34
 (crédito: Agência Brasil/Reprodução)
(crédito: Agência Brasil/Reprodução)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste domingo (19/12) que pediu ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que os pais ou responsáveis de menores de 12 anos tenham que assinar um termo de responsabilidade para vacinar as crianças, além da exigência de receita médica. A declaração ocorreu durante conversa com apoiadores, em Praia Grande, no litoral sul de São Paulo.

"Trabalhamos ontem [sábado] o dia todo. Comecei às 3h30 da manhã, às 4h liguei para o Queiroga e dei uma diretriz para ele. Obviamente, é ele quem bate o martelo porque é o médico da equipe. Vai passar pela Saúde", relatou.

"O que pretendemos fazer? Vacina para crianças só se autorizada pelos pais. Se algum prefeito, governador ou ditador quiser impor é outra história, mas do governo federal tem que ter autorização dos pais e uma receita médica", completou.

Bolsonaro também criticou a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de liberar a aplicação da vacina da Pfizer/BionTech contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos e rebateu que "é inacreditável o que a Anvisa fez".

"Estamos trabalhando. Nem a tua [vacinação] é obrigatória, é liberdade. Criança é coisa muito séria. Não se sabe os possíveis efeitos adversos futuros. É inacreditável, desculpa aqui, o que a Anvisa fez. Inacreditável", disse o chefe do Executivo.

De acordo com a Anvisa, a conclusão da área técnica é que os benefícios da vacina superam os riscos. Durante coletiva de imprensa para divulgar a aprovação da vacina para crianças, representantes das sociedades médicas brasileiras apoiaram a decisão da agência.

A aprovação da vacina para crianças de 5 a 11 anos acontece após os diretores e servidores da agência terem sofrido ameaças diante da possibilidade da aprovação do imunizante para o público pediátrico. Na ocasião, ainda em outubro, os cinco diretores da Anvisa receberam e-mails com ameaças de morte em caso de uma eventual aprovação de vacinas para os menores.

Bolsonaro desembarcou no último dia 17, no Guarujá e se hospeda no Forte dos Andradas. A previsão é de que retorne a Brasília no próximo dia 23 para passar o Natal com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e família. Depois, deve viajar a São Francisco do Sul (SC), onde passará o fim de ano.

Ontem, ele passeou de lancha e pescou com o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. À noite, participou de um culto e foi à pizzaria.

Anvisa

Neste domingo, em resposta a Bolsonaro, com cartazes na mão e mostrando o rosto, servidores da Anvisa participaram de uma ação da Associação dos Servidores da Anvisa (Univisa) em apoio à decisão de aprovar a vacinação. Em um vídeo curto, eles respondem à pergunta “querem saber o nome dos responsáveis pela aprovação da vacina?”. São quase dois minutos de uma seqüência de fotos dos próprios funcionários afirmando “Sou servidor da Anvisa. Eu aprovei a vacina!”.

 

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