A Polícia Federal concluiu que o presidente Jair Bolsonaro (PL) promoveu desinformação em uma live ocorrida em julho de 2021 na qual fez ataques às urnas eletrônicas. Um relatório da PF aponta que o processo de preparação da transmissão foi "enviesado", por reunir informações que indicassem para vulnerabilidade ou supostas fraudes, ignorando os dados que mostravam o oposto. No vídeo, o próprio Bolsonaro reconheceu que não tinha provas, mas continuou disseminando fake news.
"Este inquérito permitiu identificar a atuação direta e relevante do Exmo. Sr. Presidente da República Jair Messias Bolsonaro na promoção da ação de desinformação, aderindo a um padrão de atuação já empregado por integrantes de governos de outros países", diz trecho do documento assinado pela delegada federal Denisse Dias Rosa Ribeiro.
A Polícia Federal é enfática e afirma que as pessoas envolvidas na live atuam, "com dolo, consciência e livre vontade, na produção e divulgação, por diversos meios, de narrativas sabidamente não verídicas ou sem qualquer lastro concreto, com o propósito de promover mais adesão de apoiadores e outros difusores aos interesses dessa organização", diz.
Para montar o relatório, foram ouvidas várias pessoas, como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, que participou da transmissão com Bolsonaro. Para a PF, “restou caracterizado pelas narrativas das pessoas envolvidas que a chamada live presidencial foi um evento previamente estruturado com o escopo de defender uma teoria conspiratória que os participantes já sabiam inconsistente, seja pelos alertas lançados pelos peritos criminais federais, seja porque a mesma fonte que forneceu o suporte (pesquisas na internet) também fornece dados que se contrapõem às conclusões alcançadas", destaca um trecho do relatório.
Ataques
Em julho, o presidente Jair Bolsonaro prometeu aos seguidores apresentar provas de que as eleições de 2018 foram fraudadas. Contudo, durante o evento, ele comentou que “não tem como se comprovar que as eleições não foram ou foram fraudadas”. Exibiu o que chamou de indícios com pouca comprovação de veracidade, e usou o espaço para levantar dúvidas sobre o atual sistema de votação brasileiro.
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