Com declarações semelhantes aos discursos do pré-candidato à Presidência Sergio Moro, o ex-procurador Deltan Dallagnol se filiou, ontem, ao Podemos, ampliando a base de apoio do ex-juiz. No evento, tentou fazer uma ponte entre o perfil de procurador e de candidato, resgatando o que toma como avanços da Lava-Jato e criticando medidas do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Dallagnol relembrou uma série de fases da força-tarefa e atacou decisões do STF que anularam condenações da Lava-Jato. Ele comparou a Corte a um árbitro que quer “mudar as regras e anular os gols” depois da partida. “A luta contra a corrupção é uma luta da sociedade brasileira e precisa ser vencida de baixo para cima”, defendeu, na solenidade em Curitiba, enquanto lia um discurso previamente preparado.
Apresentado por Moro como o próximo deputado federal “mais votado do Paraná”, Dallagnol disse que vai assinar uma carta suprapartidária, visando “colocar no Congresso Nacional 200 deputados com três compromissos básicos: democracia, combate à corrupção e preparação política”.
Ao sustentar sua atuação como procurador no que chamou de “defesa do que é certo”, reforçou a postura de Moro de colocar o combate à corrupção como mote da campanha de 2022. O ex-juiz também esteve no evento, mas foi embora antes da fala do recém-filiado.
Em seu discurso, Moro fez uma defesa contundente dos membros do Podemos que compunham a mesa. Entre eles, os três senadores do estado, Oriovisto Guimarães, Alvaro Dias e Flávio Arns. “A nossa turma é esta turma aqui. Não é a turma do mensalão, do petrolão, da rachadinha. Nós aqui não precisamos ficar escondendo ninguém”, sustentou. No próximo ano, Dias deve se candidatar novamente ao Senado na expectativa de manter a bancada do partido.
Moro foi um dos poucos a extrapolar o tema do combate à corrupção e voltou a citar os problemas econômicos do país.
Do lado de fora, um pequeno protesto de um coletivo ligado ao PT o acusava de ter usado o Ministério Público para fins pessoais e ser “inelegível” para uma possível candidatura.
A filiação de Dallagnol consolida o esforço do Podemos de criar uma “bancada da Lava-Jato”, com ex-integrantes do Judiciário e do Ministério Público. Além de Dallagnol, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot também deve se filiar à legenda.
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