O projeto de lei que condiciona a liberação de patrocínio de bancos públicos a clubes de futebol a medidas contra abusos sexuais de crianças e adolescentes foi aprovado nesta quinta-feira (9/12), na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados. O texto sofreu uma modificação após discussão. A proposta não será mais exclusiva para a modalidade de futebol, mas incluirá qualquer esporte e entidade desportiva que receba recurso público.
Os clubes ou associações terão que assinar um compromisso de deveres ao receberem o investimento. Entre as regras, terá que prestar contas anualmente junto aos conselhos tutelares, aos conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente e ao Ministério Público. O projeto também incluirá um artigo ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no qual determinará que o descumprimento das regras levará à revisão e à quebra de contrato com os patrocinadores.
Pressão na CBF
A autora do projeto, Erika Kokay (PT-DF), acredita que, ao se tornar lei, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) será pressionada a cumprir acordo de proteção de crianças e adolescentes assinado com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes em 2014.
“Lamentavelmente, a CBF não cumpriu as principais medidas recomendadas pela CPI para criar políticas públicas de enfrentamento à exploração sexual no país. Com isso, adolescentes continuam sofrendo abusos nas categorias de base e o pacto ainda permanece no papel”, relembra a parlamentar ao defender o PL.
O projeto surgiu de estudos feitos pela subcomissão da CCJ que avaliou nos últimos meses contribuições legislativas à área dos direitos e da proteção das crianças e dos adolescentes.
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