Sem citação nominal, o presidente Jair Bolsonaro (PL) repetiu críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes nesta quinta-feira (9/12). Durante solenidade do Dia Nacional contra a Corrupção ocorrida no Palácio do Planalto, o chefe do Executivo disse que "doeu no coração" ver deputados aliados do governo serem presos, em indireta à prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), que ameaçou ministros do Supremo e estava presente na plateia, após ter tido prisão revogada no mês passado.
"Temos aqui um parlamentar que ficou sete meses preso. Se coloquem no lugar dele", disse Bolsonaro. "Eu não posso entender um parlamentar ficar preso durante sete meses. E se errou, como todos nós podemos errar, a pena jamais seria essa. Qual o limite de certas pessoas no Brasil? Qual o limite dessas pessoas? Doeu no meu coração ver um colega preso? Doeu. Mas o que fazer? Será que queriam que eu tomasse medidas extremadas? Como é que ficaria o Brasil perante o mundo? Possíveis barreiras comerciais, problemas internos", relatou.
Bolsonaro ainda reclamou da abertura de inquérito contra ele por ter associado a vacina contra covid-19 à Aids.
"A que ponto chegamos. Abriram um inquérito por conta de uma live. Eu li um material que falava da relação de HIV com covid. A que ponto nós chegamos? Será que vão querer bloquear as minhas mídias sociais? A mídia social que mais interage no mundo? Vão querer quebrar uma perna minha? Isso é democracia? Não é. Isso é jogar fora das quatro linhas. Ninguém quer jogar fora das quatro linhas. Nós queremos respeito, mais que queremos, exigimos, Por favor, não extrapolem. Eu jurei dar minha vida pela pátria e dou pela liberdade também".
O líder do Planalto também comentou a possível extradição do blogueiro Allan dos Santos.
"Nós temos acordo de extradição com alguns países. Mas está escrito quando é que você pode pedir a extradição ou concedê-la. Aqui se acha que, qualquer motivo, me chamou de feio, de narigudo, de barrigudo, eu posso agora pedir a extradição dessa pessoa. Não é assim que funciona. Ou todos nós impomos o limite para nós mesmos, ou pode ter crise no Brasil. Apesar de a grande mídia me acusar de provocar, agredir… não tem agressão minha. Eu levo 50 tiros de [arma de calibre] 762, quando dou um de [arma de calibre] 22 estou provocando", completou.
Ontem, durante entrevista gravada ao jornal Gazeta do Povo, o chefe do Executivo falou sobre a prisão de aliados, subiu o tom e disse que Moraes está "no quintal de casa". Será que ele vai entrar? Será que ele vai ter coragem de entrar? Não é um desafio para ele. Quem tá avançando é ele, não sou eu", apontou na data.
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