O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (8/12) que André Mendonça votará "do lado do governo" contra a tese do marco temporal na demarcação de terras indígenas. O chefe do Executivo disse que não se trata de tráfego de influência, mas sobre conhecer a índole do ex-advogado geral da União.
"O André é uma pessoa que vai fazer o seu trabalho. Por exemplo, pautas conservadoras, eu nem preciso conversar com ele sobre o que é família, religião, porque tem muita coisa nesse sentido que vai para dentro do Supremo Tribunal Federal", apontou em entrevista à Gazeta do Povo.
"As pautas econômicas, eu tenho certeza qual a posição do André sobre o marco temporal. Como advogado-geral da União e no Ministério da Justiça ele trabalhou comigo contra essa questão. Nós sabemos que o André vai ser um voto para o nosso lado. Isso não é tráfico de influência, é que nós sabemos, dado o comportamento dele. Alguns dizem que eu coloquei ele lá dentro para defender os meus interesses pessoais. Que interesses pessoais eu tenho?", questionou.
Se reeleito, o líder do Planalto destacou que poderá "mudar o Brasil" com quatro indicados ao Supremo.
"Vamos supor que eu venha candidato e me reeleja, eu vou ter quatro no Supremo que têm uma forma de pensar muito semelhante à minha. A gente muda o Brasil. Alguns querem rapidez em certas decisões, não dá certo isso. Porque os problemas que viriam, não apenas internos, teríamos os problemas externos também. A renovação vai acontecendo, peço paciência, né."
De acordo com Bolsonaro, o país pode acabar se o PT retornar ao poder. "Dependendo de quem vier no meu lugar, pode ser o fim do Brasil".
No último dia 2, Bolsonaro disse que os dois ministros por ele indicados representam 20% das teses do governo dentro da Corte. Mendonça deve tomar posse na Corte no próximo dia 16 de dezembro.
"Hoje em dia, eu não mando nos dois votos dentro Supremo, mas temos dois ministros que representam em tese 20% daquilo que nós gostaríamos que fosse decidido e votado dentro do STF", disse o presidente na data, lembrando ainda a indicação do atual ministro da Corte, Kássio Nunes Marques
"Essas pautas da agroindústria… o marco temporal… O André Mendonça, uma vez aprovado pelo Senado, vai na mesma linha", completou.
Vacina
Por fim, o presidente voltou a criticar o chamado passaporte da vacina e reforçou que não tomará o imunizante.
"Se eu tomo uma decisão, posso ser contraditado depois, e quem decide, ali na ponta, é o governador e o prefeito. E o STF estava ameaçando, via ministro [Luís Roberto] Barroso, exigindo o passaporte. Colocamos o teste e a quarentena, e acho que satisfez. Da minha parte, eu não tomei vacina e não vou tomar vacina. É direito meu. Até porque os efeitos adversos são enormes. É a liberdade", defendeu.
Saiba Mais
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.