Após a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (AM), oficializou sua saída do partido nesta terça-feira (7/12). A decisão do político veio na direção de “incompatibilidade” com as ideologias do chefe do Executivo. Troca de legenda ocorrerá na janela eleitoral, em meados de abril do ano que vem.
“Eu sempre deixei claro a minha incompatibilidade em ser do mesmo partido do presidente Bolsonaro. Não por nenhuma antipatia de cunho pessoal, mas porque considero que ele não é o melhor para o futuro do país. Não posso comprometer o que eu acredito ser melhor para as futuras gerações e para as pessoas que eu represento pelo desejo do meu projeto eleitoral ou partidário”, afirmou.
Ramos não quis falar sobre qual partido iria, mas a certeza é de que não será um partido de esquerda, embora haja convites do PDT, por exemplo. Em bastidores, aliados ao político afirmam que será PSD ou União Brasil.
Valdemar “autoriza” saída
Em carta, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, ressaltou as “divergências” doutrinárias do parlamentar e autorizou a saída. No documento, o líder da legenda também destacou que a permanência de Ramos provocaria “constrangimento”.
"Em que pese o fato de lamentarmos a manifestada divergência apresentada de caráter público e notório, afirmamos que, em virtude da linha político partidária de atuação de nossa legenda, sua manutenção em nosso quadro de filiados causará indiscutivelmente constrangimentos de natureza política para ambas as partes”, dizia a carta assinada por Valdemar. Fontes ouvidas pelo Correio afirmam que a concordância entre as partes se deu para que a expulsão do parlamentar não se tornasse pública.
"O casamento às vezes acaba, vai cada um para um lado. Que bom quando termina de forma amigável. Quando isso acontece, você está maduro para fazer uma festa junto, para fazer um aniversário junto com os filhos e para cuidar do que ficou para trás. É isso que quero guardar do PL”, afirmou Ramos.
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