Para oito senadores estadunidenses, a gestão de Jair Bolsonaro (PL) é responsável por uma “epidemia de desmatamento e incêndios” na Amazônia, além de colocar a democracia em risco. A acusação foi registrada em uma carta destinada ao presidente dos EUA, Joe Biden, para justificar o pedido do grupo de que o novo embaixador do país no Brasil seja alguém que “promova mudanças” no local. As informações são da Folha de São Paulo.
“A nomeação deveria refletir uma clara reconfiguração da relação entre os dois países”, frisam os democratas. A embaixada dos EUA em Brasília está sem um embaixador desde julho deste ano, quando Todd Chapman se aposentou. A indicação do representante do país deve ser feita por Biden e aprovada pelo Senado norte-americano, mas, não há data prevista para que ocorra.
O texto, enviado na quarta-feira (1º/12) e assinado por oito senadores democratas, afirma que os parlamentares estão com “profunda preocupação” com a “trajetória da queda da democracia, dos direitos humanos e da proteção ambiental no Brasil”.
O enfraquecimento de políticas ambientais foi apontado como um dos grandes feitos de Bolsonaro. “Territórios indígenas estão sob ataque de garimpeiros, de madeireiros e de projetos oficiais de infraestrutura, como estradas, barragens e ferrovias. Um pacote de novas leis defendidas por legisladores alinhados a Bolsonaro reduzirá a proteção a terras indígenas e a áreas de conservação”, escreveram.
"A epidemia de desmatamento e de incêndios, não só na Amazônia, mas no Pantanal e no Cerrado, é resultado direto das palavras e ações de Bolsonaro", frisaram. O documento foi assinado por Benjamin Cardin e Chris van Hollen, do estado de Maryland; Edward Markey, de Massachusetts; Jeanne Shaheen, de New Hampshire; Jeffrey Merkley e Sherrod Brown, de Ohio; e Thomas Carper, de Delaware. Também faz parte do grupo Patrick Leahy, que é presidente temporário do Senado.
Ataques às instituições democráticas e rumores de golpes também são citados
Bolsonaro também é acusado de lançar “uma campanha de desinformação que busca atacar ativamente membros específicos do Supremo Tribunal Federal”. Para os parlamentares, essa é uma cortina de fumaça, como “uma forma de distração para os problemas reais encarados pelo povo brasileiro, como a alta do desemprego, inflação e mais de 600 mil mortes por covid”.
Os senadores também relembram as tentativas do presidente da República de desacreditar a confiabilidade das urnas eleitorais e afirmam que, apesar de Bolsonaro ter recuado nas afirmações contrárias ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), esse “súbito reconhecimento da credibilidade do sistema de votação não pode ser tomado pelo valor de face”.
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