A sessão reservada do Tribunal de Contas da União (TCU), prevista para hoje (1º/12), para julgar o processo de mais de 80 páginas que fiscalizou os gastos do presidente Jair Bolsonaro (PL) com cartão corporativo foi adiada. Segundo reportagem do Valor Econômico o relator, ministro Raimundo Carreiro, comentou que o motivo para a mudança de planos foi que a auditoria na área técnica não encontrou “nada demais”.
Nos bastidores, havia a expectativa de que o processo não renderia advertências sérias ao governo. Em 2019 o mandatário e seus familiares tenham gastado em torno de R$ 15 milhões no cartão.
O relator do processo foi indicado recentemente por Bolsonaro para assumir a embaixada do Brasil em Portugal. Além de antecipar a aposentadoria, que ocorreria apenas em 2023. Sobre o assunto, Carreiro disse não se sentir impedido de realizar o julgamento, mas preferiu que a sessão fosse sigilosa, assim como o acordo que fosse feito. A sua nomeação como embaixador foi aprovada ontem pelo Senado.
Impedimento
O deputado Elias Vaz (PSB-GO), integrante da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados e quem pediu a fiscalização dos gastos de Bolsonaro, pediu também a suspeição da relatoria de Carreiro. A justificativa foi a suposta imparcialidade do ministro em relação ao caso, já que foi convidado para assumir a embaixada.
"Dois aspectos que chamam à atenção. Uma é o ministro não ter se declarado impedido. Agora esse fato de o julgamento ser sigiloso, de a população não poder acompanhar. Isso está gerando indignação", disse o deputado.
O Correio entrou em contato com o Tribunal de Contas da União para comentar o caso. O espaço está aberto para resposta.
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