Nesta quarta-feira (1º/12), o vice-presidente Hamilton Mourão disse, na chegada ao Palácio do Planalto, que a escolha do presidente Jair Bolsonaro de ingressar no Partido Liberal (PL), um dos principais partidos do Centrão, foi por precisar de tempo de televisão e recursos para se reeleger em 2022. Ainda segundo o vice-presidente, ele acompanhou as movimentações pelas notícias.
"O presidente está formando uma coalizão com vistas à eleição do ano que vem, uma eleição diferente de 2018. Ele precisa de tempo de TV e recursos”, disse o general. Os dois têm uma relação marcada por desentendimentos públicos, tendo o presidente, inclusive, deixado claro que escolherá novo vice para campanha de reeleição. Além disso, Bolsonaro disse publicamente que a escolha de Mourão para as eleições de 2018 foi de última hora e às vésperas da convenção do PSL, partido pelo qual era filiado na época.
O partido do vice-presidente, Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), chegou a convidar Bolsonaro para se filiar com o foco nas eleições de 2022, mas o presidente preferiu o partido liderado por Valdemar Costa Neto, ex-deputado condenado e preso no escândalo do mensalão petista.
A entrada no PL consolida a quebra no discurso que elegeu Bolsonaro em 2018 mas, esboça a aliança eleitoral que o Planalto costura para 2022. Estiveram presentes as cúpulas do Progressistas e do Republicanos, partidos com os quais o presidente também negociou.
Filiado ao PL, Bolsonaro terá mais estrutura, recursos e tempo de TV para a campanha eleitoral de 2022, em comparação à 2018, pois o Partido Liberal é o terceiro em números na Câmara dos Deputados com 43 deputados. Com novas filiações o número deve passar dos 60. A definição da quantidade de recursos públicos recebidos pelo partido e seu tempo de TV é feita pelo tamanho da bancada dos partidos.
Em 2020, o PL recebeu R$ 117 milhões de fundo eleitoral e R$ 45,7 milhões de fundo partidário.
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