Senadores governistas e aliados do governo estão otimistas com a sabatina do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, à vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), que ocorre nesta quarta-feira (1º/12). Pelos corredores do Senado, a movimentação de aliados do governo é intensa. Nomes como Hélio Lopes e Magno Malta marcaram presença no Senado para apoiar o indicado do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre senadores de oposição e centro ouvidos pelo Correio nos últimos meses, a receptividade ao nome de Mendonça — que visitou diversos parlamentares para conseguir apoio — era boa, dado o currículo do jurista. Segundo eles, ainda, não existia motivo para impedir o ex-AGU de seguir em frente na indicação. Mas o desgaste gerado por Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ao postergar a marcação da data sabatina enfraqueceu o indicado do Executivo.
Entre as principais polêmicas que envolvem a indicação de Mendonça está o fato de ele ser pastor. Isso porque o presidente Bolsonaro já prometeu que seu indicado ao STF seria “terrivelmente evangélico”. Para tentar afastar as polêmicas, os governistas tentam descolar o perfil de Mendonça da promessa de Bolsonaro.
“Nos últimos meses, nós temos trabalhado com todos os senadores (para viabilizar a aprovação de Mendonça). [...] Não importa a religião do indicado, isso nunca foi tema de discussão de qualquer uma das indicações ao Supremo Tribunal Federal. O que nós fizemos questão de ressaltar aos senadores é o currículo e a carreira de dedicação de André Mendonça ao serviço público”, disse o senador Carlos Viana (PSD-MG) a jornalistas nesta quarta.
“Eu tenho muita confiança, pelo que observei dos senadores, a maturidade dessa Casa, de que teremos uma vitória muito expressiva hoje já na votação no Plenário. André Mendonça demonstra que tem a experiência, tem o respeito e capacidade de entender o Brasil. A questão religiosa não o impede em momento algum”, prosseguiu.
Durante a sabatina, a religião de André Mendonça foi tema de questionamentos e apontamentos por senadores. A relatora da indicação na CCJ, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) — que também é protestante — chegou a falar sobre a importância da reforma protestante para a sociedade moderna e a separação entre Igreja e Estado.
“A reforma protestante ao lado de outros movimentos, como o positivismo, prestou importantíssima contribuição para a separação entre Igreja e Estado, que é um princípio fundamental para a democracia”, disse ela.
Já o senador Marcos Rogério (DEM-MG) acredita que as resistências a André Mendonça por motivos religiosos são fruto de “preconceito”, Ele acredita que, na condição de cristão, os “filtros de valor” de Mendonça poderão fazer a diferença na Corte. E também crê em uma vitória do governo nesta quarta.
“Eu acho que essa indicação é uma indicação que engrandece o papel da Corte Constitucional e dá voz a uma parcela muito importante da sociedade brasileira. Espero em Deus que hoje a gente tenha um dia de vitória no Plenário do Senado e que o nome de André Mendonça possa compor a Corte, defendendo não só as bandeiras que interessam o segmento religioso, mas a sociedade como um todo”, afirmou.
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