A fim de justificar a proximidade e a filiação ao PL, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que “prefere estar no Centrão do que no esquerdão”. A declaração ocorreu durante entrevista ao Diálogo com Lacombe (RedeTV!) na noite de quinta-feira (25/11).
"São 513 deputados, quase 300 são do dito Centrão. Se eu não conversar com eles, vou conversar com quem?", questionou. "Já fui do PP, já fui do PTB. É um nome pejorativo o que deram. Prefiro estar no Centrão do que no esquerdão, lá você não consegue nada de bom para o país".
O chefe do Executivo ainda relatou conversas de "alto nível" com Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Ontem, Bolsonaro afirmou ter acertado com Costa Neto que a sigla não terá coligações com partidos de esquerda nas eleições de 2022. A previsão é de que o chefe do Executivo se filie à sigla na próxima terça-feira (30), feriado do Dia do Evangélico.
Bolsonaro ainda aproveitou a entrevista para alfinetar o ex-presidente Lula (PT) e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos), possíveis postulantes ao Planalto em 2022.
"Com o PT de volta, todo mundo vai perder. Não tem como fazer milagre na economia e vão voltar para aparelhar tudo no país, para nunca mais sair do poder".
O presidente repetiu que gostaria de ver Moro “em cima de um caminhão falando para duas mil pessoas. Não consegue conversar", criticou.
Bolsonaro também caracterizou como “recalque” a proximidade de ex-governistas com Moro. O general Santos Cruz se filiou ao Podemos nessa quinta-feira, semanas após o ex-juiz assinar sua ficha de filiação do partido. O ex-ministro da Secretaria de Governo defendeu o fim da reeleição no Brasil, uma das promessas de Sergio Moro em seu início de pré-campanha. Segundo o general, a reeleição "distorceu" o processo político-eleitoral do país.