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PL se ajusta e fica à espera de Bolsonaro

Reunião dirigida por Costa Neto desfaz barreiras à entrada do presidente

A reunião entre presidentes de diretórios estaduais e demais lideranças do PL, ontem, na sede do partido, em Brasília, definiu que o presidente Valdemar Costa Neto terá carta branca para propor as condições necessárias para que Jair Bolsonaro se filie. Isso representa que, segundo políticos presentes à reunião, as divergências em relação a interesses da legenda em apoiar outras candidaturas foram pacificadas. Assim, se o presidente da República assinar a ficha de filiação com o PL, a legenda passará a apoiar sua candidatura à reeleição de forma integral.

"O partido está dando ao presidente Valdemar carta branca para acertar com o presidente Bolsonaro todas as arestas que se tenha em todas as partes do Brasil. Alguns estados tinham algum tipo de dificuldade, mas, com a liderança do presidente Valdemar, tudo está sendo equacionado. Não terá coligação com outro partido que não tenha relação com o presidente Bolsonaro", assegurou o senador Jorginho Mello (SC), um dos principais aliados do governo no Senado.

A decisão tomada na reunião deve atender aos incômodos expostos por Bolsonaro no começo da semana. No Oriente Médio, ele afirmou que para o "casamento" com o PL sair, o acerto precisaria ser "100% ou 99%". Entre as restrições do presidente está a boa relação do partido com integrantes da esquerda, como o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), e o apoio à possível candidatura de Rodrigo Garcia, que João Doria — desafeto de Bolsonaro — quer ver como o nome do PSDB para a disputa do governo de São Paulo.

Entendimento fácil

De acordo com o ex-senador Magno Malta, o entendimento dos membros do partido de chegar a um consenso para contar com Bolsonaro como um dos quadros da legenda foi "fácil". Ele afirmou que o PL não fará coligações com a esquerda, apesar do histórico bom relacionamento de Valdemar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Há questões pontuais que são resolvíveis. Membros de todos os diretórios estavam presentes e o PL não vai apoiar o PT ou a esquerda em lugar nenhum", garantiu Malta.

Em relação a Garcia, segundo o senador Wellington Fagundes (MT) as chances de contar com o apoio do PL para a disputa ao Palácio dos Bandeirantes caíram praticamente para zero. Bolsonaro já avisou que o nome para a disputa ao governo paulista deverá ser o do ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Infraesterutura).