Recém-filiado ao Podemos, o ex-juiz Sérgio Moro está “preparado” para ser presidente. O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro afirmou que está “pronto” para liderar o projeto, se o povo brasileiro o escolher nas eleições do ano que vem.
“Estou pronto para liderar esse projeto consistente com o povo brasileiro. Se o povo brasileiro tiver essa confiança, o projeto segue adiante [...] Essa jornada começa agora com a filiação. Estamos abertos para colocar o Brasil nos trilhos. Vai muito além do combate à corrupção. Precisamos nos tornar o país do futuro finalmente. Estou, sim, preparado”, disse Sergio Moro em entrevista ao programa Conversa com Bial, na madrugada desta quarta-feira (17/11).
Pedro Bial chegou a citar uma entrevista, concedida em 2016 ao Estadão, na qual o então juiz disse que jamais seria candidato e que era um “homem de justiça”. Moro afirmou que o momento era diferente e que à época ele estava focado em realizar seu trabalho. “Naquele momento, o que vimos foi um Brasil vencendo a corrupção. Estávamos virando o jogo. Estava focado no meu trabalho e acreditava que o jogo iria virar. [...] No entanto, em 2018, tive a oportunidade de virar ministro da Justiça e encarava como missão por um propósito maior. Porém, quando o governo boicotou o projeto de combate à corrupção, passou a adotar um comportamento. Assim, em vez de coibir, interferir, [preferi] sair do governo. Estávamos perdendo o que construímos a duras penas na Operação Lava-Jato”, afirmou.
Mesmo assim, o ex-ministro admite que pode não encabeçar a chapa. “Nunca tive a ambição de cargo político. Existem outros nomes que têm se habilitado para fugir dos extremos. Então, se tiverem outras lideranças, não tem nenhum problema de conversarmos. Temos que ter o desprendimento necessário para nos unirmos em algum momento”, frisou.
Crítico de Guedes para a economia
Doutor em economia e ex-presidente do Banco Central ao final da Ditadura Militar, Affonso Celso Pastore é um dos nomes próximos, no "projeto que ainda está sendo construído", revelados pelo novo político. Moro afirmou que mantém articulações em bastidor, em especial nas questões econômicas.
“O problema é que esse projeto ainda está sendo construído e, a partir do momento em que se revelam nomes, as pessoas ficam sob uma pressão terrível. Eu vou revelar um, e vou pedir escusas para não revelar outros: no nível macroeconômico quem tem me ajudado é um economista de renome, um dos melhores nomes do país, alguém que eu conheço há muito tempo, que é o Affonso Celso Pastore".