O filho do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), Gabriel, de apenas 7 anos, foi vítima de um ataque nas redes sociais por parte de um radical bolsonarista nesta segunda-feira (15/11). A informação foi divulgada pelo próprio parlamentar, que disse que soube, por meio das redes sociais, que o menino foi fotografado por um homem, que publicou a imagem acompanhada de ofensas ao senador.
Segundo Contarato, ele e o filho foram à praia aproveitar o feriado na manhã desta segunda, após o retorno do senador da COP26, que ocorreu em Glasgow, na Escócia. Temendo eventuais ataques de bolsonaristas, ele teria adiantado ao filho que, caso ocorresse qualquer problema, eles voltariam para casa.
Ao chegar em casa ele foi avisado, via redes sociais, de que Gabriel tinha sido fotografado na praia. “Algumas horas depois, recebi um print, primeiro no Whatsapp e, após, em minha conta no Instagram, dando conta de uma postagem preconceituosa que destilava a inadmissível ira do bolsonarismo contra meu pequeno Gabriel”, contou.
O nome do autor do ataque é Giovani Loureiro, um corretor de imóveis de Vitória, no Espirito Santo. No post, publicado na página dele no Facebook, Contarato aparece ao lado de dois homens na praia e o pequeno Gabriel aparece no centro da imagem. Na legenda, Giovani diz que Contarato é um "sem vergonha" e que estava no local com “o filho adotivo para fazer marketing”. Ele afirmou que o senador jamais será reeleito e que foi infeliz ao votar no parlamentar.
“Nada foi tão doloroso, porém, quanto ver seu ultraje gratuito contra o Gabriel, uma criança inocente de sete anos, que teve sua imagem exposta nas redes e foi menosprezado apenas por ser meu filho e, sobretudo, por ser fruto de uma adoção”, disse Contarato, sobre o post.
O senador, que é ex-delegado de polícia, registrou um boletim de ocorrência na Polícia Federal contra o agressor. Ele citou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para justificar que a dignidade da criança e do adolescente deve ser respeitada, “pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”.
Leia a nota de Fabiano Contarato na íntegra:
Após cumprir missão oficial na COP-26 e passar dias longe de minha família, recebi, na manhã desta segunda-feira (15), um pedido irrecusável do meu filho Gabriel, de sete anos: “Papai, me leva na praia pra fazer castelinho de areia!”, disse ele.
Já fui vítima de inúmeros radicais bolsonaristas, que se sentem autorizados a assediar aqueles que rejeitam suas teses políticas anti-civilizatórias. Ainda que ninguém tenha direito de constranger alguém por divergências políticas, sempre entendi se tratar de um preço a ser pago por ter optado pela vida pública.
Receando alguma intercorrência dessa natureza, assenti ao pedido de meu filho, advertindo-o de que teríamos que deixar a praia, caso alguém nos importunassse durante o passeio. Fomos, então, à Praia de Itapuã, hoje, por volta das 11h30, e fiquei feliz por proporcionar esse momento módico de lazer ao meu pequeno Gabriel.
Tudo parecia correr bem: retornamos, após esse breve passeio recreativo, sem qualquer inconveniente. Algumas horas depois, recebi um print, primeiro no Whatsapp e, após, em minha conta no Instagram, dando conta de uma postagem preconceituosa que me agredia e destilava inadmissível ódio contra meu pequeno Gabriel.
A postagem do Sr. Giovani Loureiro me chamava de “lixo”, “traidor”, “infeliz”, “sem vergonha” e “senador de merda”. Nada foi tão doloroso, porém, quanto ver seu ultraje gratuito contra o Gabriel, uma criança inocente de sete anos, que teve sua imagem exposta nas redes e foi menosprezado apenas por ser meu filho e, sobretudo, por ser fruto de uma adoção. O ódio é uma doença perversa: desumaniza suas vítimas e as submete a toda sorte de violência.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu art. 18, diz ser “dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”.
Não tolerarei qualquer ato de agressão aos meus filhos e à minha família. Não me intimidarão com esses ataques desprezíveis. Registrei um boletim de ocorrência na Polícia Federal, hoje, e providenciarei a responsabilização do autor desta agressão.
Espero que, caso o Sr. Giovani Loureiro seja pai, possa refletir sobre esse ato infame e não repita essa vileza contra crianças inocentes, que não podem ser detratadas por querelas de ordem política. Ps interesses de menores indefesos devem ser colocados acima de tudo isso.
Em minha casa, o amor sempre vencerá o ódio!
Fabiano Contarato
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