EMBATE

Após filiação adiada, PL faz reuniões para definir destino de aliança com Bolsonaro

O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, ligou para membros da legenda para chamar para um jantar na sua casa, em Mogi das Cruzes (SP), neste domingo

A cúpula do PL planeja fazer uma série de reuniões formais e informais para ajustar um acordo que ainda permita a filiação do presidente Jair Bolsonaro. Poucas horas depois de adiar o evento de filiação do chefe do Executivo, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, ligou para membros da legenda para chamar para um jantar na sua casa, em Mogi das Cruzes (SP), neste domingo (14/11).

Está previsto ainda um evento na próxima quarta-feira (17/11) com a participação de integrantes da Executiva Nacional e das bancadas na Câmara e do Senado da sigla. Esse encontro já estava marcado antes da decisão de adiar a filiação de Bolsonaro. As duas reuniões vão preceder uma conversa entre Valdemar e Bolsonaro, que deve acontecer assim que o presidente da República voltar ao Brasil.

A entrada de Bolsonaro já havia sido anunciada pelo partido para o próximo dia 22, mas foi adiada após Bolsonaro ficar insatisfeito com uma aliança eleitoral em São Paulo.

"Tenho muita coisa a conversar com o Valdemar Costa Neto ainda. Afinal de contas, não é a minha bandeira que vai ficar isolada no partido dele. Queremos um projeto de Brasil e o discurso não é apenas o meu, mas do presidente do partido também, nós estarmos perfeitamente alinhados", afirmou Bolsonaro neste domingo, 14, durante visita à feita Dubai Air Show, nos Emirados Árabes Unidos.

Logo depois, Valdemar Costa Neto divulgou uma mensagem para os parlamentares do partido, no qual informou que adiou a filiação após "intensa troca de mensagens na madrugada deste domingo com o presidente Jair Bolsonaro".

No maior colégio eleitoral do País, o PL quer apoiar a candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) ao Palácio dos Bandeirantes. Já Bolsonaro quer ter um palanque diferente no Estado e não aceita apoiar um apadrinhado do governador João Doria (PSDB-SP), seu rival. O presidente deseja que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, dispute a sucessão de Doria.

O senador Wellington Fagundes (PL-MT) foi convidado pelo presidente do partido para o jantar de hoje, mas disse que não vai poder comparecer porque participa de um evento sobre Pantanal no seu Estado.

O parlamentar declarou que ainda não há perspectiva de definição sobre um acordo entre o partido e Bolsonaro. "Tem alguns detalhes que têm que ser resolvidos ainda. Pediu para ter prudência porque não adianta apressar a coisa", disse ao Estadão/Broadcast Político.

Na tentativa de um acordo, a cúpula do PL sugeriu Tarcísio como candidato ao Senado por Goiás. O que não agrada aos bolsonaristas, que vetam qualquer aliança com o grupo de Doria. Em São Paulo, o PL faz parte da base do governo estadual e tem o controle de órgãos importantes na área de infraestrutura.

O deputado José Rocha (PL-BA) declarou que Costa Neto pediu a Bolsonaro "um tempo para administrar a questão". A expectativa é que um acordo só seja debatido a partir de quinta-feira, 18, quando o chefe do Poder Executivo volta ao País. "Quando ele voltar ao Brasil é que o Valdemar vai sentar com o presidente para poder administrar essa questão lá em São Paulo", disse Rocha.

O parlamentar avaliou que é natural que todo candidato a presidente tenha São Paulo como foco principal e, mesmo que um acordo esteja indefinido, ainda vê chance de manter a filiação de Bolsonaro. "Política é conversa. As partes têm que cederem. Nada que venha inviabilizar essa formatação que está já acertada", disse.

Saiba Mais