Amazônia

Segundo Mourão, bioeconomia é o futuro de desenvolvimento da Amazônia

Vice-presidente falou sobre mapeamento de produtos com potencial econômico na Amazônia, melhoria de infraestrutura para realizar casamento entre investidores e fornecedores. Ministro do meio ambiente prevê remuneração para moradores monitoraram a floresta

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta quinta-feira (4/11) que o Conselho da Amazônia tem trabalhado para desenvolver a bioeconomia na região. Segundo ele, o local é rico em atividade econômica, mas é preciso mapear a cadeia de valor dos produtos amazônicos e criar infraestrutura para que se tenha oportunidades de investimentos. Durante  o painel da 26ª edição da Conferência da ONU sobre o Clima, a COP26, em Brasília, junto com o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, Mourão reforçou ainda que a “visão do futuro é desenvolver a Amazônia sem derrubar uma única árvore”.

“Utilizando a biodiversidade, a riqueza da floresta, que ainda desconhecemos de grande parte, precisamos mapear esses produtos. São três ações importantes para desenvolver a bioeconomia na Amazônia: uma é o mapeamento da cadeia de valor, o que devidamente pode ser explorado, outra é o investimento em infraestrutura, com melhoria nas hidrovias, e (por último) o financiamento”, elencou o general.

De acordo com Mourão, nas pequenas cidades, os portos precisam ser melhorados, porque é difícil desembarcar e embarcar de uma embarcação qualquer. “Um bom porto melhora a capacidade de quem vive na floresta para entregar a sua produção na margem do rio e a hidrovia balizada dá segurança a esse transporte”, detalhou.

O vice-presidente afirmou que as três ações são as grandes tarefas do conselho: “Fazer o casamento entre projetos que explorem a biodiversidade e aquelas pessoas que têm a capacidade de investir e entender que, ao colocar seu recurso lá, terão o retorno”.

Política independente

Para Mourão, ainda, o conselho deve ter uma política consistente e independente de governo. "O Estado brasileiro tem que ter uma política permanente para a Amazônia. Uma região que corresponde a 60% do Brasil tem que ter uma política consistente independente do governo. Essa política deve respeitar as características da região, os desafios de clima, vegetação, hidrografia. Lembrar que lá vivem existem brasileiros que vivem e enfrentam os desafios constantemente", apontou.

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, reforçou a ideia de unir à produção da bioeconomia uma remuneração para quem vive no território e se dispuser a fazer a vigilância, no sentido de monitoramento, de proteção das florestas.

De acordo com o ministro, a solução advém da política pública lançada pelo Ministério do Meio Ambiente, o Floresta Mais, no qual o governo criou um programa de pagamento por serviços ambientais. “Se a gente também colocar junto ao produto da bioeconomia o valor da atividade de proteger a floresta fará uma política que vai transformar o território. Garantir a floresta preservada por quem já protege a floresta”, enfatizou.

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