Pré-candidato quer vender Petrobras

Em evento realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, o Partido Novo apresentou, oficialmente, seu pré-candidato à Presidência da República: o cientista político Felipe d'Avila. Ele fez um discurso pró-reformas e de forte apelo à agenda liberal, anunciando que pretende, se eleito, vender a Petrobras no "primeiro dia de governo".

"Nós vamos vender a Petrobras no primeiro dia de governo. É um absurdo a empresa ser usada como fonte de corrupção por governos populistas de esquerda e de manipulação de preços pelo populismo de direita", enfatizou.

Questionado sobre como convencer o Congresso a aprovar a venda da estatal, o pré-candidato afirmou que a resistência, no Parlamento, em relação a "pautas importantes" se deve à falta de comando do governo e de definição de prioridades por parte do Executivo.

"O Congresso Nacional, quando você sabe apresentar as questões, ele aprova, sim, como algumas já foram aprovadas. O Parlamento não avança com reformas importantes porque não tem liderança de governo", disparou. "O governo não prioriza a pauta e não se põe na linha de frente para contribuir com aqueles que têm a mesma demanda. Nós, se eleitos, vamos ter um consenso claro com relação a prioridades da nossa pauta."

D'Avila criticou os governos do PT e do presidente Jair Bolsonaro e os definiu como "populismo de direita e de esquerda".

"O que está em jogo é a sobrevivência da liberdade e do governo constitucional. Esse é o ponto a que nos chegamos depois de duas décadas de governos populistas de esquerda e de direita", afirmou. "O populismo de esquerda arruinou a ética na política. É o pai do mensalão, do petrolão e do uso das estatais para financiar projetos de políticos e partidos. O de direita piorou a situação, pois, além disso, trouxe incompetência de gestão pública e incapacidade de ocupar a cadeira da presidência."

Diálogo

O pré-candidato pregou diálogo para chegar a um ponto em comum com diferentes posições políticas, em especial as que compõem a terceira via. Com relação à polarização Lula-Bolsonaro, ele destacou não haver como dialogar com extremos e disse que ambos representam o que chamou de "PCC" — patrimonialismo, corporativismo e clientelismo.

Quero discutir propostas, e não pessoas. Quando a gente transforma a discussão em torno de pessoas, se afasta da construção de propostas para resolver os problemas dos brasileiros", argumentou. "Lula e Bolsonaro têm agenda própria. Quero conversar com os candidatos da terceira via. Não é que eu não converso com eles, é porque eles têm visões de partida completamente diferentes das que nós acreditamos. Eles são defensores desse PCC, então, não tem conversa ali", acrescentou. (RF)