O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira (1º/11), que a Petrobras deverá anunciar um novo reajuste do preço dos combustíveis em 20 dias. A declaração foi feita a jornalistas em Anguillara Veneta, na Itália, após o chefe do Executivo ter sido questionado se a prioridade no retorno ao Brasil seria o Auxílio Brasil, programa que substituirá o Bolsa Família. Ele respondeu que o foco será o preço do combustível e destacou que o vilão do preço é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
"A prioridade é o preço do combustível. Eu não quero falar agora, vi muito rapidamente, o lucro da Petrobras. A Petrobras é em parte estatal, né, e monopolista. Se bem que o vilão do preço do combustível é o ICMS que incide em cima do preço final na bomba e não na origem", apontou.
Bolsonaro voltou a culpar governadores pela alta do insumo. "Governadores estão com dinheiro sobrando. Quero mais é que tenha dinheiro sobrando, mas não às custa do povo".
O titular do Planalto voltou a defender ainda a privatização da estatal. "Esta semana vai ser um jogo pesado com a Petrobras, porque eu indico o presidente, quer dizer, tem que passar pelo conselho, não sou eu que indico, e tudo que de ruim acontece lá cai no meu colo. O que é de bom não cai nada em meu colo. O ideal, falei com o Paulo Guedes, é nós partirmos para privatizar a Petrobras. Isso é o ideal, no meu entender, que deve acontecer. Agora, isso aí não é colocar na prateleira e vender amanhã. Esse processo vai durar mais de ano", acrescentou.
Questionado se existe um estudo em curso para viabilizar a privatização da estatal ele consentiu e completou que conversou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para começar a tomar medidas para tirar a estatal "das garras do Estado". Ele também culpou o ex-presidente Lula pela situação da alta de preços.
"Tem algum estudo sim. Pedi para o Paulo Guedes começar a tomar as medidas, para ir por partes, né. Ir tirando das garras do Estado a Petrobras, já que foram vendidas duas refinarias em nosso governo. Agora você pode ver, nós não teríamos esse problemas se aquelas três refinarias que começaram a ser feitas lá atrás pelo Lula, uma apenas fosse concluída. Além de não concluir nenhuma, mais de R$ 100 bi foram desviados", alegou.
Greve dos caminhoneiros
Sobre a greve de caminhoneiros, Bolsonaro afirmou "saber extraoficialmente" do reajuste nos preços.
"Estou acompanhando, estamos acompanhando. Agora, uma notícia que dou para vocês, eu tenho pressa, a Petrobras já anuncia, eu sei extraoficialmente, novo reajuste daqui a uns 20 dias. Isso não pode acontecer. A gente não aguenta, porque atrela… O preço do combustível está atrelado à inflação, você falou em inflação, você perde o poder aquisitivo, e a população não está com o salário preservado ao longo dos últimos anos. Os mais pobres sofrem".
"Eu não quero que no tocante aos rendimentos que a Petrobras dá para o governo, não me interessa os recursos. Queremos que isso seja revertido diretamente em diminuição do preço do diesel na ponta da linha".