COP 26

Brasil promete redução de emissões de gases do efeito estufa em 50% até 2030

O presidente Jair Bolsonaro, que desembarcou no último dia 29 na Itália para a reunião do G20, não compareceu pessoalmente

Durante a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas COP26 nesta segunda-feira (01/11), o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciou metas ambiciosas a serem cumpridas pelo Brasil. A promessa é de redução de emissões de gases do efeito estufa para 50% até 2030 e da neutralidade de carbono até 2050. Ele também destacou o compromisso do governo brasileiro com uma economia neutra na emissão de gases do efeito estufa atrelado ao desenvolvimento.

"Reforço nossos compromissos com a geração de uma economia neutra em emissões de gases de efeito estufa, mas ao mesmo tempo garantindo geração de empregos e renda. As contribuições do Brasil para superar os desafios estão postas. Não faltará empenho do governo federal para chegarmos a um resultado positivo para o país e para o mundo. Desta forma o Brasil demonstra mais uma vez o seu compromisso como parte de um acordo coletivo"

"Apresentamos hoje uma nova meta climática mais ambiciosa passando de 43% para 50% até 2030 e de neutralidade de carbono até 2050 que será formalizado durante a COP 26", apontou o ministro.

Leite comentou ainda que "os olhos do mundo estão voltados para soluções inovadoras, que proporcionem avanços econômicos, com crescimento verde" e defendeu o financiamento climático.

"E o Brasil é parte dessa solução.Financiamento climático é urgente para que o mundo possa fazer frente aos desafios apresentados. É fundamental que tenhamos robustos volumes e nas quantidades necessárias, para que a transição e a construção desta nova economia ocorram de forma justa, em cada região do planeta", acrescentou.

O ministro disse ainda que o Brasil é "uma potência verde". "Como por exemplo: no maior programa operacional em larga escala de biocombustíveis do mundo, na matriz energética altamente limpa e na matriz elétrica, que é hoje a meta de muitos países desenvolvidos para daqui a 30 anos. O mesmo se aplica nas práticas agropecuárias de baixo carbono e nas tecnologias desenvolvidas para fixação de carbono no solo, na indústria de baixa emissão e nas oportunidades voltadas ao ecoturismo".

Por fim, falou sobre o papel dos Estados dentro do país para o alcance das metas. "Internamente, temos também que destacar o princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada, das partes brasileiras - neste caso os Estados -, onde os mais ricos e desenvolvidos devem ser mais ambiciosos nas suas curvas de redução de emissões para a neutralidade até 2050, para assim, juntos atuarmos como uma nação unida, na direção de criar uma nova economia verde justa e inclusiva", concluiu.

O presidente Jair Bolsonaro, que desembarcou no último dia 29 na Itália para a reunião do G20, não compareceu pessoalmente ao evento. Segundo o Palácio do Planalto, "por motivo de agenda", o chefe do Executivo enviou um vídeo gravado aos organizadores do evento. Bolsonaro destacou que o Brasil é "parte da solução" e não do problema para o enfrentamento das mudanças climáticas.

"Vamos agir com responsabilidade, buscando soluções reais, para uma transição que se faz urgente. Vamos oferecer melhor qualidade de vida a todos os brasileiros, assim vamos também, contribuir para melhorar a qualidade de vida em todo o planeta. Repito minha mensagem a todos que participam da COP 26 e ao povo brasileiro: O Brasil é parte da solução para superar esse desafio global".

Bolsonaro disse que o Brasil alcançou resultados ambientais até 2020, e sem citar quais, afirmou que o país pode ser ainda mais ambicioso e autorizou o ministro a anunciar novas metas climáticas.

"Os resultados alcançados por nosso país até 2020 demonstram que podemos ser ainda mais ambiciosos.
Por isso autorizei o ministro do meio ambiente, Joaquim Leite, a apresentar novas metas climáticas".

"O Brasil é uma potência verde. Temos a maior biodiversidade do planeta, a maior e mais rica cobertura florestal e uma das maiores áreas oceânicas. No combate à mudança do clima, sempre fomos parte da solução, não do problema", completou.

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