O presidente Jair Bolsonaro assinou na manhã desta terça-feira (30/11), feriado do Dia do Evangélico, a filiação ao PL, no Complexo Brasil 21, em Brasília.
“Agradeço a confiança que Valdemar depositou em mim, me acolhendo nenhum partido será esquecido por nós”. “O que nós queremos é cada vez mais termos menos diferença entre nós. Cada vez mais estamos juntos por um mesmo ideal”. O presidente também aproveitou o momento para falar da indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Espero que seja aprovado o nome dele. Eu não indico para o Supremo, eu indico para o Senado, eu acredito que ele seja capaz”, destacou.
O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, elogiou o governo Bolsonaro e desejou boas vindas. “Com muito trabalho conquistamos posição de destaque entre os grandes partidos da política nacional. Desde sempre sabíamos que faltava um nome que representasse o nosso nome para o Brasil. É nesse momento que o PL recebe a grande figura do país. Sabemos que ainda há muito o que fazer, mas o governo criou o Auxilio Brasil, criou o novo marco do saneamento. Na tecnologia, com o leilão 5G realizou o maior leilão de tecnologia do mundo. O agro no brasil bate recorde histórico no auge da pandemia. 100% de todos os governos estaduais receberam recurso para combater a pandemia”. “Esse é um Brasil que vamos juntos abraçar para prosperar. Presidente, seja bem vindo a 2022. Seja bem ao partido liberal”, disse.
Também assinaram a ficha de filiação o filho, o senador Flávio Bolsonaro e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. O evento contou ainda com a presença de outros ministros e aliados do governo, como Ciro Nogueira, Flavia Arruda, Fabio Faria, Marcos Pontes, Paulo Guedes, Onyx Lorenzoni, Eduardo Bolsonaro, Pedro Guimarães, Tarcisio Freitas, Marcelo Queiroga e João Roma.
Do lado de fora do prédio onde ocorreu a cerimônia, estavam um trio elétrico e faixas de boas vindas ao presidente ao PL. O “casamento” ocorre após efusivas negociações com o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto. A cerimônia que formalizaria a filiação estava marcada para o dia 22 do mês passado, mas foi adiada. Uma das discordâncias entre Bolsonaro e o PL foram os apoios estaduais. Em São Paulo, por exemplo, o partido fechava com Garcia (PSDB) e Bolsonaro pediu pela dissolução do acordo. O líder do Executivo também já relatou que a filiação ao PL incluiu a indicação do atual ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, para disputa do governo de São Paulo pelo partido. Outro acordo em andamento era o de ACM Neto para governador na Bahia, que também foi dissolvido a pedido do presidente. O presidente pretende indicar o ministro João Roma para o posto.
Antes crítico da velha política, a fim de justificar a proximidade e a filiação ao PL, o presidente afirmou no último dia 26 que “prefere estar no Centrão do que no esquerdão”.
"São 513 deputados, quase 300 são do dito Centrão. Se eu não conversar com eles, vou conversar com quem?", questionou. "Já fui do PP, já fui do PTB. É um nome pejorativo o que deram. Prefiro estar no Centrão do que no esquerdão, lá você não consegue nada de bom para o país”, disse na data.
Desde que iniciou sua carreira política, em 1988, Bolsonaro já passou por oito partidos, entre eles o PDC, PPR, PPB, PP, PFL, PTB, PSC e PSL. Esse último, o chefe do Executivo deixou em 2019 após atritos e disputa de poder com o presidente da sigla, Luciano Bivar. Depois, o plano era fundar uma sigla própria, o Aliança pelo Brasil, mas a sigla não saiu do papel e nem conseguiu coletar a quantidade mínima de assinaturas.
Nesses dois anos sem partido, Bolsonaro flertou com o Patriota, mas a notícia de sua vinda causou um racha no partido e teve o presidente Adilson Barroso, principal articulador de seu desembarque, deposto. O líder do Planalto também manteve conversas com o PRTB, PP, PTB e Republicanos.
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