O presidente Jair Bolsonaro voltou a comentar nesta quinta-feira (25/11) o veto à distribuição gratuita de absorventes higiênicos para mulheres em situação de vulnerabilidade. Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo ironizou que as mulheres começaram a menstruar em seu governo e repetiu a alegação de que o projeto não apresentava fonte de custeio.
“Não sabia, a mulher começou a menstruar no meu governo. No governo do PT não menstruava, no do PSDB não menstruava também. O cara apresenta um projeto, mas não apresenta a fonte de recurso. Se eu sanciono, se não tiver de onde vem o recurso, é crime de responsabilidade. Se o PT voltar, as mulheres vão deixar de menstruar e está tudo resolvido”, ironizou.
“A gente sabe o que é isso, a dificuldade da mulher que não tem recurso, a gente sabe disso. Agora, tudo joga na conta do Estado, sem responsabilidade. Qualquer coisa que eu faça para ajudar alguém, outro alguém vai ter que pagar, ou dinheiro cai do céu?”, completou.
Em outubro, o presidente vetou a distribuição gratuita de absorvente menstrual para estudantes de baixa renda de escolas públicas e mulheres em situação de rua ou de extrema vulnerabilidade.
O projeto é de autoria da deputada federal Marília Arraes (PT-PE). Bolsonaro vetou na data, ainda, o trecho que incluía absorventes nas cestas básicas distribuídas pelo Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) e manteve um trecho que institui “estratégia para promoção da saúde e atenção à higiene feminina”, além da promoção de campanhas informativas e de conscientização da população acerca da importância do tema.
A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) destacou que, ao contrário do justificado, o PL especifica a fonte de recursos que viria do SUS, Fundo Penitenciário e também do Ministério da Educação.
Em maio, uma pesquisa encomendada pela Always sobre pobreza menstrual mostrou que uma em cada quatro mulheres já faltou a aula por não poder comprar absorventes. Dessas, quase metade — 48% — tentou esconder que o motivo foi a falta de absorventes e 45% acreditam que não ir à aula por falta de absorvente impactou negativamente seu rendimento escolar.
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