Após o insucesso na conclusão das prévias no último domingo (21/11), os potenciais candidatos do PSDB à Presidência, o governador de São Paulo, João Doria, e o ex-prefeito Arthur Virgílio, comunicaram à imprensa em coletiva na sede da legenda nesta terça-feira (23) que apoiam definição para o próximo domingo (28).
"Todo processo democrático tem seus percalços, mas nada substitui a democracia. Nada substitui o direito ao voto daqueles que querem expressar sua vontade, no caso filiados e membros do PSDB. Queremos demonstrar isso através do apoio à resolução das previas no próximo domingo", disse Doria.
"As previas precisam melhorar. A gente teria que ter um homem um voto. Isso mostraria o resultado real. Foi uma falha técnica que com certeza ficará resolvida. Uma outra empresa entra para dar segurança e conseguir fluência na votação por um resultado expressivo", pontuou Virgílio.
Sobre as prévias, após as falhas no aplicativo desenvolvido pela Fundação de Apoio da Universidade do Rio Grande do Sul, o PSDB contratou a empresa Relatasoft, para viabilizar a conclusão das prévias até o próximo domingo. Segundo Luiz Fernando Machado, prefeito de Jundiaí (SP) e coordenador tecnológico das prévias da sigla, a nova empresa contratada já é "madura em eleições". A Relatasoft, inclusive, faz parte do programa eleições do futuro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ataques
Outro ponto abordado na coletiva foram os recentes ataques de Eduardo Leite a João Doria. O governador do Rio Grande do Sul disse que o paulista era autoritário e o acusou de ter fraudado as prévias. Doria disse hoje que Leite tem o seu perdão.
"Nós respeitamos o Eduardo Leite. Ele não é nosso inimigo, ele é parte do PSDB. Por isso, entendemos sua luta pelos seus anseios. Não houve compra de votos, nenhuma irregularidade. E se tivesse havido, denuncia-se e comprova-se. Acho que isso faz mais parte do calor do momento. Se houvesse isso, eles teriam formulado denúncia. A colocação dessa natureza sempre está dentro calor do momento onde a temperatura cresce. O Eduardo é um bom governador e o respeitamos, ele não é não será nosso inimigo", comentou.
Arthur Virgílio atribuiu parte das palavras de Leite à sua pouca idade. "Tem gente que já o acha (Leite) autoritário. Ele tem que se adaptar ao jogo. A palavra quando ela é boa quase sempre ela é de prata", disse.
"Desbolsonarização" do PSDB
O ex-prefeito de Manaus falou também sobre parlamentares que compõem a chamada "bancada bolsonarista" dentro do PSDB. Segundo ele, afastar membros que apoiam o presidente Jair Bolsonaro é importante para "reavivar" o partido.
"Uma ala de bolsonaristas no partido? Por que esse parlamentar não vai para o PL do (Valdemar) Costa Neto? O Bolsonaro não vai para lá? A gente ainda assina uma carta para ir, fala que é um bom quadro. Não tenho nada com alguém ser bolsonarista, mas lá fora. Aqui (no PSDB), não. O presidente diz que ele fez a revolução de 64 no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Revolução de 1964, para mim, significa dor, tortura morte", afirmou. "O PSDB nasceu para mudar e não se muda se atrelando às tolices deste governo que, enquanto não acabar, não me dá o direito de dormir com tranquilidade", concluiu.
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