Se há um consenso entre os pré-candidatos à Presidência da República pelo PSDB, os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS), é que ambos disseram, ontem, que pretendem dialogar com outros postulantes ao Palácio do Planalto e com partidos com os quais os tucanos têm afinidade. A ideia é de, eventualmente, criar uma movimento com força suficiente para derrotar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro.
Doria afirmou que, em caso de vitória nas prévias, não descarta abrir mão de ser cabeça de chapa à Presidência para firmar uma aliança com outros partidos com vistas a formar uma terceira via. "Nada deve ser descartado. A gente pode iniciar uma conversa já estabelecendo as condições. Se eu vencer as prévias, essa será a nossa conduta: de isenção, de humildade e de bom entendimento", explicou. O governador afirmou, ainda, que aquele que sair candidato pelo PSDB terá a responsabilidade de buscar conversas com outros possíveis aliados.
Ele elogiou os pré-candidatos de outros partidos que estão se colocando contra Lula e Bolsonaro. Citou o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (Podemos); o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil); e o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD). Doria afirmou que se a terceira via não for fragmentada, será a "melhor via".
Já o governador Eduardo Leite confirmou que há tempos dialoga com os pré-candidatos de centro. "Não preciso ir buscar porque eu sempre mantive o diálogo. Sempre estive com essas candidaturas porque sempre deixei claro que não se trata de um projeto pessoal. Não é sobre mim, é sobre nós, sobre o Brasil", afirmou.
Para o gaúcho, ante a polarização entre Lula e Bolsonaro, o PSDB precisa de alguém que tenha chances de crescer e tenha baixa rejeição. O partido, segundo ele, deve "impedir que, no ano que vem, se force uma nova edição de um segundo turno que não queremos entre Lula e Bolsonaro".
"Está na hora de promovermos convergência, consensos mínimos. Então, a gente vai manter essa conversa com Moro, com Mandetta, com Luiz Felipe d'Avila (Novo), com Simone Tebet (MDB). Enfim, com todos aqueles que no centro desejam construir alternativas para que o país possa recuperar bom senso e equilíbrio", disse, citando ainda os pré-candidatos Alessandro Vieira (Cidadania) e Rodrigo Pacheco.
Porém, o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto, que também disputa as prévias, em entrevista à rádio Jovem Pan, disse que descarta a possibilidade de o PSDB abandonar a cabeça de chapa para integrar uma aliança com outro candidato.
"Prefiro pensar nas pessoas do cenário atual como pessoas que nós lideraríamos", disse ele, que admite, entretanto, que seria preciso pensar em alternativas caso a candidatura do PSDB não decole nas pesquisas de opinião.
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