O chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, recebeu nesta sexta-feira (19) o ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, na última etapa da turnê europeia do líder de esquerda, que ainda não confirmou se irá se candidatar à presidência no próximo ano.
"A Espanha e o Brasil compartilham fortes vínculos estruturais e permanentes em diferentes áreas", escreveu o líder socialista espanhol em sua conta no Twitter.
"Hoje me encontrei com seu ex-presidente, Lula, para discutir vários assuntos de interesse comum, como a situação da pandemia, as mudanças climáticas, ou a recuperação econômica", acrescentou Sánchez, que postou duas imagens do encontro realizado no Palácio La Moncloa, a sede da presidência do governo espanhol, em Madri.
Na mesma rede social, Lula publicou um vídeo do início do encontro.
O líder do Partido dos Trabalhadores (PT), de 76 anos, chegou na quinta-feira (18) a Madri, depois de passar pela Alemanha, onde se encontrou com o provável futuro chanceler Olaf Scholz, por Bruxelas e pela França.
Em Paris, reuniu-se, entre outras autoridades, com o presidente Emmanuel Macron e com a prefeita da capital francesa, Anne Hidalgo. A candidata socialista à presidência da França em 2022 recebeu com um abraço o "amigo" brasileiro, a quem concedeu o título de cidadão honorário de Paris em 2020.
Atual favorito nas pesquisas, Lula disse no mês passado que definirá no início do ano que vem se lançará sua candidatura às eleições presidenciais de outubro de 2022, nas quais enfrentaria o atual presidente, Jair Bolsonaro, em um clima de forte polarização na maior economia da América Latina.
Por enquanto, Lula tira proveito de sua passagem pela Europa para criticar Bolsonaro por sua gestão da pandemia da covid-19 e pelos incêndios na Amazônia, assim como para cultivar sua imagem internacional enquanto espera para confirmar suas intenções eleitorais.
Nesta última etapa da viagem, Lula deve se encontrar na parte da tarde com a ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, uma figura em ascensão na esquerda radical espanhola.
No sábado (20), ele deve participar de um ato com movimentos progressistas e sindicais, no qual estarão as lideranças do Podemos e o ex-vice-presidente do governo espanhol Pablo Iglesias, ex-chefe dessa legenda.
De volta ao cenário internacional, Lula pode, mais uma vez, concorrer à liderança da maior economia latino-americana, depois de ter recuperado seus direitos políticos em março. Neste mês, foram anuladas as condenações por corrupção contra ele. Por uma destas sentenças, o ex-presidente ficou preso por quase 18 meses, entre 2018 e 2019.
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