A Polícia Federal vai abrir uma investigação para apurar se o Ministério da Justiça tentou interferir na extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos. O pedido de prisão preventiva contra ele foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no mês de outubro e cabia ao ministério intermediar o trâmite, por meio do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI).
Allan dos Santos foi para os Estados Unidos em agosto de 2020, com permissão para ficar até 11 de fevereiro deste ano, mas, até então, não havia retornado. O pedido de extradição chegou nas mãos das autoridades americanas nos últimos dias e, até o momento, aguarda uma definição dos EUA. O blogueiro resiste em se entregar.
Por conta do imbróglio, a delegada da Polícia Federal Silvia Amelia da Fonseca foi exonerada neste mês, do cargo de diretora do DRCI. A demissão, assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, foi vista na PF como uma represália ao processo de extradição de Allan. Moraes também solicitou que o nome do blogueiro seja encaminhado para a lista da Difusão Vermelha da Interpol.
Alexandre de Moraes é relator dos inquéritos contra fake news e contra atos antidemocráticos. Allan dos Santos está entre os alvos das duas ações. A suspeita é de que essas ações possam ter sido financiadas com recursos públicos a partir de sua interlocução com a família Bolsonaro e com parlamentares alinhados ao governo.
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