O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, ontem, que pediu ao então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para diminuir as multas no campo. Ainda segundo o chefe do Executivo, a ampliação do porte de armas fez "diminuir a atividade criminosa do MST (Movimento Sem Terra)". As declarações foram dada na entrega de títulos de propriedade para famílias assentadas, em Castro (PR).
"Não atrapalhar vocês já é um grande passo. Eu falei para o Salles: como faz para diminuir isso aí (multas)? Diminuiu 80% das multas do campo. Se der pra diminuir mais, vamos diminuir", ressaltou. "No meu governo, afastamos os fantasmas de vocês. Ninguém foi dormir preocupado achando que quando acordasse ia ter portaria do Ministério da Justiça dizendo que a terra tinha demarcação indígena. Ninguém mais me viu demarcar quilombolas. Isso custa caro para mim? Custa", acrescentou.
Sobre o porte de armas, Bolsonaro destacou que a extensão aprovada pelo Parlamento permitiu maior "segurança" às propriedades. "Hoje, o fazendeiro pode andar armado em toda a sua propriedade. Se entrar alguém, boas-vindas pra ele. Diminuiu a atividade criminosa do MST", enfatizou.
Na primeira agenda do dia, em Ponta Grossa (PR), na entrega da ampliação do Sistema de Abastecimento de Água (SAA), Bolsonaro disse que tem interesse nas investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido em 2018. Ele fez as afirmações quando citou a reabertura das investigações sobre o atentado a faca sofrido na campanha presidencial daquele mesmo ano.
"Não queremos a verdade por revanchismo, me interessa desvendar o caso Marielle, me interessa desvendar o caso Bolsonaro em Juiz de Fora. Temos a verdade. Isso é salutar para todos nós. A verdade tem que ser o nosso norte", pregou.
O presidente ainda aproveitou para criticar o ex-juiz Sergio Moro, mesmo sem citá-lo nominalmente. "Agora, a Polícia Federal tem um bom comandante, um bom ministro da Justiça, diferentemente do passado", disparou.
Precatórios
Bolsonaro também se defendeu das críticas pela aprovação da PEC dos Precatórios. Ele disse que o pagamento desses débitos foi orquestrado para desgastá-lo. "São dívidas de 30 anos que botaram no meu colo para pagar ano que vem. Estamos em negociação com a Câmara, tivemos uma vitória apertada, nesta semana, para parcelar os precatórios", disse. "Queremos pagar dívidas, mas não dessa forma. É injustiça para comigo."
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