O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), comemorou os votos da oposição na aprovação em primeiro turno da PEC dos Precatórios e está confiante para o segundo turno, na terça-feira. Ele minimizou a crise deflagrada nas legendas contrárias ao governo.
"Não acredito em mudanças partidárias bruscas", disse. "Tínhamos quase 60 deputados ausentes. Isso não acontecerá na terça-feira. O quórum será maior. A PEC não será enterrada."
Após encontro com líderes dos partidos na Câmara, ontem, Lira afirmou que "tudo está ajustado e acordado" e que a votação virtual será mantida para parlamentares que estão em missão no exterior.
Segundo ele, deputados que alegam motivo de saúde para não estarem presentes também poderão ser contemplados pelo acesso remoto. De acordo com Lira, estes últimos serão avaliados por médicos da Casa e, comprovada a legitimidade, será concedida a permissão para votação.
O presidente da Câmara insinuou que críticas à PEC são feitas por gestores de fundos que têm dívidas judiciais a receber e querem o recurso imediatamente. "Não há alternativa que não seja furar o teto. Muitos que estão administrando alguns fundos de investimentos querem é receber imediatamente precatórios. Não sobrará recursos a serem pagos em anos seguintes, todos esses recursos serão compensados no ano de 2022", ressaltou.
Diante do nervosismo do mercado, ontem, ele disse não saber se "a Bolsa está caindo e o dólar está subindo por causa disso" (leia reportagem na página 7). "Tudo o que o mercado queria era uma definição. O que o mercado não precisa é de imprecisão, de incerteza, de boatos", afirmou.
Lira argumentou, ainda, que toda mudança gera instabilidade e que o mercado assimilará o resultado final da PEC. "A votação foi ontem (quarta), vamos dar tempo para serenar. Mercado se movimenta de previsibilidade. Dissemos o caminho que será feito, daí pra frente é seguir com a vida pelos caminhos que são possíveis", completou.
Confiança
A líder do PSol na Câmara, Talíria Petrone (RJ) está confiante na reviravolta. "É possível que o jogo vire. O trabalho agora é incidir nos companheiros da oposição a mudarem o voto", afirmou.
A parlamentar ainda destacou que, caso a matéria passe, o partido vai ingressar com ação no Judiciário. "Sem dúvidas, aprovando a PEC no segundo turno, a gente vai tentar instrumentos judiciais para barrá-la. Essa pauta, por meio de uma engenharia fiscal, abre brecha para o orçamento secreto", acusou.
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