A aprovação da PEC dos Precatórios em primeiro turno na Câmara dos Deputados gerou lamentação e revolta na oposição ao governo federal dentro da Casa, principalmente com deputados da esquerda que votaram junto a governistas pela aprovação da matéria, em especial com o PDT: 15 dos 24 parlamentares da legenda votaram junto com o governo federal.
Em reação, o pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, suspendeu a candidatura em repúdio à posição dos membros do partido e publicou uma nota no Twitter. "Não podemos compactuar com a farsa e os erros bolsonaristas. Justiça social e defesa dos mais pobres não podem ser confundidas com corrupção, clientelismo grosseiro, erros administrativos graves, desvios de verbas, calotes, quebra de contratos e com abalos ao arcabouço constitucional", disse o político em um trecho do posicionamento.
Não podemos compactuar com a farsa e os erros bolsonaristas.
— Ciro Gomes (@cirogomes) November 4, 2021
A posição de Ciro contou com o apoio de Membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, como Randolfe Rodrigues (Rede-AP). “Cumprimento o meu amigo Ciro Gomes pela posição tomada hoje. Só reforça a minha admiração por ele! É inaceitável que algum parlamentar vote a favor de uma PEC que dá calote em professor e libera dinheiro para comprar deputado”, afirmou.
Cumprimento o meu amigo @cirogomes pela posição tomada hoje. Só reforça a minha admiração por ele! É inaceitável que algum parlamentar vote a favor de uma PEC que dá calote em professor e libera dinheiro pra comprar deputado.
— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) November 4, 2021
Na mesma linha do colega de CPI, o pré-candidato ao Planalto pelo Cidadania, o senador Alessandro Vieira (SE), também fez elogios à tomada de decisão do pedetista e comparou o orçamento secreto ao mensalão.
“Ciro Gomes adota a posição certa, compatível com o que se espera de quem está disposto a assumir a missão de resgatar nosso país. Estaremos prontos no Senado para fazer a nossa parte. Sensibilidade social exige responsabilidade fiscal. O orçamento secreto é o novo mensalão”, afirmou.
Ciro Gomes adota a posição certa, compatível com o que se espera de quem está disposto a assumir a missão de resgatar nosso país. Estaremos prontos no Senado para fazer a nossa parte. Sensibilidade social exige responsabilidade fiscal. O orçamento secreto é o novo mensalão.
— Senador Alessandro Vieira (@Sen_Alessandro) November 4, 2021
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) foi outro a sair em defesa de Ciro. O ex-ministro do esporte durante os governos do PT afirma que o ex-colega (Ciro Gomes foi ministro da Integração Social com Lula) contribui para uma frente ampla “anti-Bolsonaro”.
“A firme e corajosa negativa de Ciro Gomes à PEC do Calote contribui imensamente para derrotar o projeto. Além disso, pode inspirar outros presidenciáveis a se engajarem pela reversão de votos. Se acontecer, viraremos o jogo, mais uma vez apostando na frente ampla anti-bolsonaro”, publicou.
PSB
Além do PDT, outro partido de esquerda que teve quantidade considerável de votos favoráveis à proposta foi o PSB. O deputado federal da legenda e líder da minoria Marcelo Freixo (RJ) afirmou que o partido orientou a bancada a votar contra a PEC e disse que está trabalhando junto à presidência do partido para virar o jogo no segundo turno, previsto para a próxima terça-feira.
Júlio Delgado (PSB/MG) justificou seu voto favorável ao projeto. O deputado disse que não vai entrar em uma disputa de retóricas Lula-Bolsonaro e criticou colegas que foram contrários ao teto de gastos, mas que hoje, defendem limite para saúde e educação.
“E o mais curioso: aqueles que sempre brigaram contra o teto de gastos agora defendem o limite para saúde e educação. Esta é a maior incoerência daqueles que foram contra a PEC dos Precatórios”, publicou.
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