Se depender dele, o eleitor brasileiro ouvirá muitos "Glória a Deus" nas eleições presidenciais de 2022. Cabo Daciolo assinou sua filiação ao Brasil 35 (ex-Partido da Mulher Brasileira) nesta sexta-feira, 29, e diz que é candidato, mas avisa desde já que não é o representante da terceira via. "Mermão, eu sou a primeira via", sentenciou.
O mais pitoresco dos candidatos da eleição presidencial de 2018, Daciolo reclamou, nesta semana, de reportagem especial do Estadão que apresentou o cenário político para a eleição de 2022 e os nomes cogitados para eventual candidatura à Presidência. "Kd (cadê) o Daciolo", escreveu ele no Twitter.
Ao Estadão, Daciolo disse que vem andando pelo País e conversando com as pessoas. Segundo ele, vai iniciar um ciclo de palestras em universidades. Quer se apresentar como "um homem que acredita no Deus vivo", que "vai cuidar de seus semelhantes" e vai promover a "trajetória de libertação brasileira", investindo em "educação e tecnologia". Sua plataforma, disse, será oferecer uma "trajetória de libertação da nação brasileira".
Seu discurso mantém o forte tom nacionalista e de defesa das estatais que exibiu em 2018. "Precisamos parar de entregar nossas riquezas. Precisamos parar de vender commodities ao exterior e alimentar nosso povo. Nossos inimigos são Estados Unidos e China", disse. Ao falar sobre política, Daciolo critica tanto o presidente Jair Bolsonaro quanto os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer. "Os dois servem aos mesmos senhores. Nenhum deles pediu auditoria da dívida pública."
Para a campanha, Daciolo afirmou que vem conversando, (e nem pretende fazê-lo) com outros partidos para uma eventual formação de chapa. "Vou solo, mermão". Sendo assim, ele terá tempo irrisório no horário eleitoral, e vai dispor de poucos recursos financeiros. Em 2020, quando ainda era PMB, o Brasil 35 recebeu apenas R$ 1,2 milhão do fundo eleitoral. Ele, no entanto, se fia no desempenho eleitoral de 2018, quando teve 1.348.323 votos no primeiro turno. "Fiquei na frente do Henrique Meirelles, da Marina Silva e do Guilherme Boulos", disse.