Meio ambiente

Presidente do ICMBio, Fernando Lorencini é exonerado por Ciro Nogueira

Militar é o terceiro presidente do ICMBio a deixar o cargo durante o governo Bolsonaro. Porta-voz do Greenpeace, Thais Bannwart critica a alta rotatividade no comando do órgão

O governo exonerou o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Fernando Lorencini. A demissão está em portaria do Ministério da Casa Civil, assinada pelo ministro Ciro Nogueira, e foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (29/10).

Lorencini é coronel da Polícia Militar de São Paulo, e estava no cargo desde agosto do ano passado, primeiro como interino, depois como efetivo. Ele havia sido nomeado pelo então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O substituto para o ICMBio ainda não foi escolhido.

A porta-voz de Políticas Públicas do Greenpeace, Thais Bannwart, critica a constante mudança no comando do órgão. "A nova exoneração do presidente do ICMBio reflete a alta rotatividade dos altos cargos das agências ambientais, dominadas por policiais militares, uma das bases de (Jair) Bolsonaro, que não têm competência na área para exercer tal função. É o loteamento dos órgãos públicos e o sucateamento das agências ambientais. Independentemente de quem irá ocupar o cargo, a política anti-ambiental seguirá e continuaremos sem direção competente na gestão das nossas Unidades de Conservação”, afirma.

Militarização no ICMBio

Com a passagem do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o órgão vinculado à pasta passou por um processo de militarização.

No início de 2019, Ricardo Salles nomeou Adalberto Eberhard para o posto de presidente do ICMBio. Depois, em abril do mesmo ano, trocou o comando e trouxe outro militar paulista, Homero de Giorge Cerqueira. Em agosto do ano passado, Cerqueira foi demitido por Salles. Foi nomeado, então, Fernando Cesar Lorencini, que agora deixa o posto.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro 

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