A alguns dias da COP 26, a qual Bolsonaro já afirmou que não comparecerá por "estratégia", o presidente aproveitou sua live semanal para comentar sobre a viagem que fez na terça-feira (26), a Roraima, com o ministro da Cidadania, João Roma. A visita deu as autoridades a oportunidade de visitar a comunidade Flexal, no município de Uiramutã. De acordo com o presidente, os indígenas manifestaram o desejo de explorar a região, inclusive por meio do garimpo.
Exibindo uma foto em que ele, com um cocar na cabeça, e Roma estavam rodeados de indígenas da aldeia - de acordo com o presidente, em clima “amistoso” -, ele defendeu o projeto de lei 191, que tramita na Câmara dos Deputados, de iniciativa do governo, para regulamentar a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em reservas indígenas.
“Muita gente fica contra, mas deixa o índio cuidar da vida dele. Continuar como algo a ser preservado, eles têm direitos a sua cultura. Terá direito caso a gente aprove o projeto no Congresso para fazer da sua terra exatamente o que um fazendeiro do lado faz na terra dele”, defendeu.
Potencial hídrico
A prioridade do presidente era visitar o centro da Operação Acolhida, onde considera que os venezuelanos recebidos estão “fugindo do socialismo para o Brasil”, mas ele também sobrevoou a extensão do Rio Cotingo e conheceu a comunidade indígena.
O mandatário também falou sobre o potencial hídrico do Vale do Rio Cotingo e demonstrou o interesse em construir “meia dúzia de represas” na região. Na sua lógica, a ação afastaria o Brasil da possibilidade de racionamento, caso ocorra escassez de chuvas.
“Não sou engenheiro, mas pelo que vi da extensão do Vale, ali tem tudo para gerar energia e abastecer toda a região Norte e Nordeste. Nós não podemos continuar vivendo como estamos, ainda muito preocupados com a falta de chuva, em quantidade suficiente para encher os reservatórios em todo o Brasil”, declarou.