CPI DA COVID

Bolsonaro chama relatório final aprovado pela CPI de 'palhaçada'

Presidente criticou a equipe que compõe a CPI e questionou a ação dos parlamentares durante a pandemia, apontando que "ficaram em casa, de férias". Em tom irônico, chamou os senadores de "pais da ética e da moralidade"

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (27/10) que o relatório final aprovado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 ontem foi uma "palhaçada". O chefe do Executivo insinuou vingança por parte do relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), porque o governo apoiou Davi Alcolumbre na disputa pela presidência do Senado em 2019 e não ele. 

"Quem tem um pouco de juízo sabe que foi uma palhaçada lá. CPI do Renan. Talvez para se vingar, porque o que decidiu a eleição do Alcolumbre, em 2019, foi quando meu filho (senador Flávio Bolsonaro) abriu o voto dele", disse em entrevista ao Jornal da Manhã da TV Jovem Pan.

O presidente criticou a equipe que compõe a CPI e questionou a ação dos parlamentares durante a pandemia, apontando que "ficaram em casa, de férias". Em tom irônico, chamou os senadores de "pais da ética e da moralidade".

"O que essa CPI fez de vantajoso para o Brasil? O que os senadores do G7, além do Renan, do Omar (Aziz, presidente da comissão) e do Randolfe (Rodrigues, vice da CPI), tem mais quatro lá, o que eles fizeram em 2020? Por que o G7, já que sabia de tudo, por que não procuraram o presidente ou o Ministério da Saúde? Ficaram em casa, de férias. São os pais da ética, da moralidade".

Por fim, disse que a CPI prejudicou a imagem do governo internacionalmente. "Para fora do Brasil, a imagem é péssima. Acham que estamos vivendo aqui uma ditadura, que eu estou prendendo jornalista, que estou cerceando liberdade de expressão, que matei gente de covid. Gente que quer investir no Brasil não investe. Isso mexe na Bolsa, no preço do dólar", finalizou.

Após seis meses de atividades, a CPI da Covid aprovou, ontem, por 7 votos a 4, o relatório final das investigações, que pede o indiciamento de 78 pessoas físicas e de duas empresas por suspeita de irregularidades relacionadas ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. O primeiro da lista é o presidente Bolsonaro, ao qual Calheiros imputou nove crimes que, segundo parlamentares do colegiado, podem render ao chefe do Executivo, ao menos, 78 anos de prisão.

O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), informou que, na manhã de quarta-feira (27), o relatório será entregue ao procurador-geral da República, Augusto Aras, para possível abertura de ações penais ou aprofundamento das investigações. Também hoje, representantes da comissão entregarão o documento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

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