O presidente Jair Bolsonaro voltou a comentar nesta quarta-feira (27/10) sobre a sabatina de seu indicado ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça. Segundo o chefe do Executivo, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que tem resistido em pautar a sabatina há mais de 3 meses, precisa colocar o tema em pauta.
A declaração ocorreu quando o presidente comentava sobre a PEC dos Precatórios e a reforma administrativa que aguardam no Senado para serem pautadas. "Pauta das precatórias é uma brincadeira. É uma brincadeira, para ser educado". "A reforma administrativa, temos dificuldade. Passa na Câmara, não passa no Senado. O dono da pauta no Senado é o senhor Rodrigo Pacheco. É com ele. Ele tem que botar em pauta".
"Assim como quem tem que botar em pauta a possível ida do André Mendonça para o Supremo é o senhor Davi Alcolumbre. Que bote em pauta, se não passar paciência. A gente faz de tudo para passar", disse em entrevista ao Jornal da Manhã da Jovem Pan.
Bolsonaro emendou ainda que nenhum presidente atendeu melhor a Câmara com emendas. “Ninguém atendeu tão bem o Legislativo, quer seja a Câmara ou o Senado do que eu. Nunca barganhamos emenda. Tem direito a emenda ? Libera a emenda".
Na terça-feira (26), Bolsonaro afirmou que o ex-ministro da Justiça André Mendonça sabe da "dificuldade" de ter seu nome aprovado pelo Senado. A declaração ocorreu durante culto em comemoração aos 106 anos da Assembleia de Deus em Roraima.
"Estamos, se Deus quiser, na iminência de ter um pastor ministro do Supremo Tribunal Federal. Uma pessoa que tem um currículo invejável. Tenho conversado com ele há muito. Que sabe das dificuldades, não para passar na sabatina, ele passa com nota quase 10, mas da dificuldade (de) na votação secreta de ter seu nome aprovado".
O chefe do Executivo completou que o objetivo do governo com a indicação não é o de perseguir membros da Corte. E usou uma decisão do Supremo que derrubou a validade de uma lei do Mato Grosso do Sul que tornava obrigatória a inclusão de um exemplar da Bíblia em escolas e bibliotecas públicas do estado para dizer que, caso seja aprovado, Mendonça pode "pedir vista", "ficar sentado" em cima da pauta e levar "equilíbrio". Ele também defendeu a renovação da Corte.
"Queremos é levar a paz lá para dentro. O equilíbrio, porque essas pautas sobre conservadorismo o tempo todo estão dentro daquela casa. Nesse caso que eu falei sobre a biblioteca ter ou não a Bíblia, ele pode pedir visto, vai ficar sentado em cima do processo a vida toda e continua valendo a lei estadual. E quem se eleger presidente no ano que vem, em 2023, indica mais dois para o STF. A renovação é salutar", apontou.
O presidente ainda questionou na data o destino do país caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja eleito em 2022 e possa escolher mais dois ministros.
"O STF também se renova. Temos gente boa e gente que não é boa em tudo quanto é lugar. Mas imaginem se aquela outra pessoa por ventura se eleger, indicando mais dois para o Supremo. Qual o nosso destino? Qual o perfil das pessoas que ele vai indicar?"