Em palestra na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa nesta terça-feira (26/10), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, destacou o auxílio emergencial como um dos programas de enfrentamento à pandemia no Brasil. O médico ainda apontou que o governo brasileiro investiu milhares de reais em pesquisas e insumos no enfrentamento da covid-19.
“O presidente [Jair] Bolsonaro sempre disse que é necessário combater as questões ligadas à saúde sem esquecer o aspecto econômico. Foi por isso que o governo federal fez o programa de auxílio emergencial, sobretudo dirigido às famílias mais pobres. [...] Esses dados não são divulgados na mídia tradicional, pois elas têm suas narrativas próprias, mas estamos certos de que as políticas adotadas pelo governo federal serão reconhecidas com o tempo”, destacou.
O ministro lembrou dos mais de 600 mil mortos pela doença no Brasil e afirmou que “é sempre tempo de nos solidarizarmos com as perdas e também daqueles que sofrem em decorrência da covid-19. É em nome do nosso governo esse sentimento de pesar. Não é só o sentimento de pesar, sobretudo através de políticas públicas, que pode reverter esse cenário. Demos continuidade às ações, sobretudo a estados e municípios”.
Queiroga ainda pontuou que o governo federal investiu em pesquisas sobre o coronavírus desde o início da pandemia e que a secretaria de pesquisa dispõe de vasto orçamento, maior, inclusive, que o do Ministério da Infraestrutura, segundo o ministro.
“Queremos que a ciência que está sendo produzida no Brasil seja vista no mundo. Não adianta o governo investir milhões e não ter as pesquisas publicadas, não ‘publicadas no instagram’, mas em revistas científicas”, afirmou.
Manifestações
Queiroga foi recebido na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa na manhã de hoje sob protestos de brasileiros. O Coletivo Andorinha - Frente Democrática Brasileira de Lisboa convocou a ação ao saber que a faculdade manteve o convite ao cardiologista.
“Lamentável postura de um instituição de ensino que, ao evocar liberdade acadêmica, promove um cúmplice da morte de mais de 600 mil brasileiros e brasileiras. Por este motivo, estaremos presentes, recebendo o Ministro da Morte do modo que ele merece, como já divulgado anteriormente”, escreveu o movimento em sua página no Facebook.
CPI da Covid
O nome do ministro consta no rol de propostas de indiciamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19. Entre as acusações, estão prevaricação e crime de epidemia. Além disso, Queiroga, que é médico, vem fazendo discursos na contramão do que é defendido pela comunidade acadêmica em todo o mundo, como desobrigatoriedade do uso de máscaras e até da vacinação, além de ter sugerido o uso de substâncias ineficazes no tratamento da covid em evento da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na imprensa portuguesa, o convite da universidade ao cardiologista não foi visto com bons olhos. O site de notícias da rádio TSF, por exemplo, escreveu: “Ministro brasileiro acusado de crimes na pandemia será orador na Universidade de Lisboa”.