O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), anunciou, ontem, oficialmente, sua ida para o PSD. A ideia inicial é de, pelo novo partido, disputar a corrida presidencial do próximo ano como um nome de terceira via, alternativa de centro aos extremos representados pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pacheco contará com pelo menos dois palanques fortes para subir, caso dispute a vaga ao Planalto: os dos prefeitos de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, e do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
A candidatura presidencial de Pacheco vem sendo construída pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, que vê uma grande janela de oportunidades num postulante à Presidência que possa conquistar os votos dos eleitores arrependidos de Bolsonaro e daqueles que não votariam no presidente da República nem em Lula. Porém existe a possibilidade de um “engarrafamento” na via de centro, onde, hoje, se colocam vários pré-candidatos — como os ex-ministros Ciro Gomes (PDT) e Luiz Henrique Mandetta (DEM), o apresentador de tevê José Luiz Datena (PSL) e o ex-juiz Sergio Moro (a caminho do Podemos).
Na despedida do DEM, o senador agradeceu a ACM Neto, presidente do partido — que está em processo de fusão com o PSL para formar o União Brasil —, pela compreensão e a superação de traumas.
“Comunico que, nesta data, tomei a decisão de me filiar ao PSD, a convite de seu presidente, Gilberto Kassab. Agradeço aos filiados, colegas e amigos do Democratas de Minas Gerais e de todo o país, o período de convivência partidária saudável e respeitosa. Meus agradecimentos especiais ao presidente ACM Neto pela atenção a mim sempre dispensada e manifesto meus votos de sucesso ao recém-criado União Brasil, na pessoa de seu presidente, deputado Luciano Bivar”, publicou Pacheco no Twitter.
O ato de filiação do senador deve ocorrer na próxima quarta-feira, segundo interlocutores de Kassab. Com a ida para o PSD, o partido passa a contar com os três senadores que representam Minas Gerais, se juntando a Antonio Anastasia e Carlos Viana no Senado, a legenda contará com 12 integrantes, a segunda maior bancada da Casa.
Pacheco, aliás, mostrou disposição de se integrar rapidamente ao novo partido. Sua presença é esperada num evento dos pessedistas, no Rio de Janeiro, hoje, comandado por Eduardo Paes.