O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender uma “licença” para gastar além do teto de gastos nesta sexta-feira (22/10). Ao lado do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e em meio a boatos de que deixará o cargo, o ministro disse que é natural que a política queira furar o teto e gastar mais, mas que a função do ministério é de garantir a responsabilidade fiscal.
Ele afirmou que os secretários que deixaram a pasta eram responsáveis pelas tratativas técnicas para bancar o benefício transitório do Auxílio Brasil. Guedes disse Funchal e Jeferson trabalharam com as equipes da Câmara e do Senado e que soube da saída de ambos apenas 24 horas antes.
“Eles negociaram, negociaram e avisaram 24 horas antes que iam sair. Perguntei o porquê e eles disseram que era porque furaríamos o teto. Eu disse que furamos o teto no ano passado”, contou. O ministro disse que argumentou que os brasileiros estão passando fome e que considerou como sendo “natural” a saída de Bruno Funchal e Jeferson Bitencourt.
“Ninguém quer tirar 10 no fiscal e deixar os brasileiros mais pobres passarem fome”, justificou, dizendo que, como ministro, é obrigado a lutar pelo teto de gastos, mas que chegou a um limite, já que os recursos só permitiriam pagar R$ 300 no novo benefício, mas que o presidente Bolsonaro exigiu pelo menos R$ 400.
“Como não há uma fonte permanente, como os R$ 300 teriam, porque o projeto do Imposto de Renda não andou no Senado, o governo não podia ficar parado. [...] Como a solução tecnicamente correta não funcionou e a inflação dos mais pobres piorou, vamos ter que gastar um pouco mais”, afirmou.