O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 confirmou o que havia prometido em entrevista coletiva concedida na semana passada e vai propor o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no texto final de seu relatório. Além do presidente da República, dois ministros titulares do governo serão responsabilizados no texto: Marcelo Queiroga (Saúde) e Onyx Lorenzoni (Trabalho).
No relatório, Bolsonaro será responsabilizado por 11 crimes. No rol de possíveis infrações cometidas, segundo Renan, estão crimes como homicídio comissivo por omissão, crime de epidemia, infração de medida sanitária, charlatanismo, crimes de responsabilidade e genocídio — este, especificamente, na questão indígena.
O ministro Marcelo Queiroga, que começou com respaldo dos senadores, acabou “se convertendo ao negacionismo de Bolsonaro”. Comentários como esse foram reproduzidos por diversas vezes durante a comissão. Especialmente durante a viagem para Nova York — onde o chefe da pasta de Saúde contraiu covid em participação da comitiva brasileiro à Assembleia Geral da ONU —, o ministro mostrou dedo médio para manifestantes contrários ao governo e enquanto se recuperava fez postagens com conteúdo negacionista.
Queiroga também falou contrariamente ao passaporte de vacina e ao uso obrigatório de máscaras. Diante desses elementos, a CPI deve propor responsabilização pelo crime de epidemia. Outro ponto foi a suspensão da vacinação de adolescentes e a defesa do “tratamento” precoce em participação de evento da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Também devem ser incluídos na investigação os filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, pelo crime de infração de norma sanitária.
Eduardo, o filho 03 de Jair, também deve ser apontado como um dos negociadores ligados a empresários que teriam financiado notícias falsas sobre o kit covid e sobre a própria pandemia do coronavírus, como o empresário Luciano Hang.