O presidente Jair Bolsonaro afirmou que decidiu não tomar a vacina contra a covid-19. "Eu estou vendo novos estudos, a minha imunização está lá em cima, para quê vou tomar a vacina? Seria a mesma coisa que você jogar R$ 10 na loteria para ganhar R$ 2. Não tem cabimento isso", alegou. "Para mim, a liberdade acima de tudo. Se o cidadão não quer tomar a vacina, é um direito dele e ponto final", defendeu em declaração feita na terça-feira (12/10) em entrevista ao programa Os Pingos Nos Is, da Jovem Pan.
Ele ainda falou em "sanha" na compra de imunizantes. "Essa sanha de comprar vacina. Não sou contra a vacina, tanto que, só em dezembro do ano passado, assinei uma medida provisória de R$ 20 bilhões para comprar a vacina. E, hoje em dia, praticamente todo mundo já tomou pelo menos a primeira dose. Agora, exigir a vacina, parece que cheira a mercado isso daí. Para mim, liberdade acima de tudo. Se o cidadão não quer tomar a vacina é um direito dele e ponto final".
A orientação do Ministério da Saúde é a de que mesmo quem tenha contraído a doença tome as doses de vacina, isso porque a doença pode causar reincidência e a durabilidade da imunização natural para quem já testou positivo para covid-19 é desconhecida. A vacinação protege contra casos mais graves da doença e internações.
Durante viagem ao Guarujá no feriado prolongado, Bolsonaro foi barrado no jogo do Santos pelo Campeonato Brasileiro por falta de imunização e criticou a exigência do comprovante de vacinação.
"Por que passaporte da vacina? Eu queria ver o jogo do Santos agora e falaram que tinha que estar vacinado. Por que isso? Eu tenho mais anticorpos do que quem tomou vacina", queixou-se durante uma live exibida em seu Facebook.
Em outras ocasiões, o presidente já havia criticado o passaporte da vacinação e, no início deste mês, disse que se depender do governo federal, o país não adotará a medida.
"Quero dizer que naquilo que depender do governo federal, nós não temos passaporte da covid. Nunca apoiamos medidas restritivas. Sempre estivemos ao lado da liberdade, do direito de ir e vir, do direito ao trabalho e da liberdade religiosa", alegou.
No dia 15 de dezembro do ano passado, o chefe do Executivo disse que "não tomará a vacina e ponto final". "Se alguém acha que a minha vida está em risco, o problema é meu".
Após o "último brasileiro"
Em março, houve uma mudança de postura e ele cogitou receber as doses. "Eu, por exemplo, tem alguns me perturbando: 'Tome vacina'. O que é a vacina? Não é o vírus morto? Eu já tive o vírus vivo. Estou imunizado. Deixa outro tomar vacina no meu lugar", disse.
"Lá na frente, depois que todo mundo tomar, seu eu resolver tomar, porque, no que depender de mim, é voluntário, não podemos obrigar ninguém a tomar vacina, eu tomarei", completou na data.
Na semana passada, contudo, Bolsonaro voltou a desencorajar a imunização. O chefe do Executivo alegou menor mortalidade entre o público de 20 anos e questionou: "Por que vacina?".