Interferência na PF

Moraes prorroga inquérito que apura interferência de Bolsonaro na PF

"Prorrogo por mais 90 (noventa) dias, a partir do encerramento do prazo final anterior (27 de outubro), o presente inquérito", diz ministro no despacho. Presidente se dispôs a comparecer pessoalmente para depor sobre inquérito

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou, em 90 dias, o inquérito que apura suposta tentativa do presidente Jair Bolsonaro em interferir na Polícia Federal. A decisão foi publicada por meio de um despacho, nesta segunda-feira (11/10).

“Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento, nos termos previstos no art. 10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 90 (noventa) dias, a partir do encerramento do prazo final anterior (27 de outubro), o presente inquérito”, diz no despacho.

Na semana passada, Moraes determinou o prazo de 30 dias para que a Polícia Federal colha o depoimento do presidente Jair Bolsonaro. O pedido de depoimento presencial foi encaminhado por meio da Advocacia-Geral da União (AGU).

Segundo a AGU, o intuito é "a plena colaboração com a jurisdição" do Supremo. “O Requerente manifesta perante essa Suprema Corte o seu interesse em prestar depoimento em relação aos fatos objeto deste Inquérito mediante comparecimento pessoal", disse a manifestação assinada pelo advogado-geral da União, Bruno Bianco.

O presidente está na condição de investigado pelo caso. Uma das provas é um vídeo de uma reunião ministerial ocorrida no Palácio do Planalto em 22 de abril de 2020. No encontro, o chefe do Executivo disse que iria "intervir" na superintendência da corporação no Rio de Janeiro, para beneficiar familiares.

Entenda

Bolsonaro chegou a dizer, na gravação, que não iria esperar "foder a família" para trocar alguém da segurança. “Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meus, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui para brincadeira", disse o presidente à época.

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