O Partido dos Trabalhadores utilizará a Lava-jato na pré-campanha eleitoral de 2022. A sigla vem preparando materiais para embasar os discursos nos acontecimentos que culminaram na prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em Brasília nesta semana. No último dia de agenda pela capital, o político disse estar muito tranquilo com o que já aconteceu e que está pronto para o debate sobre as questões envolvendo o processo. As declarações foram concedidas em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (8/10).
O ex-presidente buscou, na ocasião, desconstruir a imagem do juiz Sergio Moro. “Eu tomei a decisão de ir para Curitiba e ficar na barba do Moro para mostrar que ele era mentiroso. Na primeira audiência, que fui com ele, eu disse: você está condenado a me condenar porque você já permitiu que a mentira fosse longe demais. E aconteceu o que eu previ. Então, eu não vou discutir Lava-Jato, na minha vida. [Isto já] Acabou. Eu só tenho que tirar lição e proveito do que aconteceu em benefício deste povo”, afirmou.
Lula destacou que, embora ele tenha ficado 580 dias preso, outras pessoas sofreram muito mais. “Eu não estou preocupado[com o processo] porque quem tem que dar explicações sobre a Lava-Jato é quem construiu a mentira, e quem construiu a mentira foi a força-tarefa da Lava-Jato mais o juiz Moro. Construíram uma mentira, venderam para a imprensa como se fosse verdade”, disse.
Protestos e manifestações
Ao ser questionado sobre a ausência nos protestos e manifestações a favor do impeachment de Bolsonaro, Lula disse que todo petista quer o impeachment e que não foi por uma questão de responsabilidade.
“Eu não queria transformar os atos em políticos. Porque quando eu subir no caminhão, estará subindo o candidato que está ganhando todas as pesquisas e que poderá ganhar no primeiro turno. Porque quando eu subir no caminhão, não é para descer mais. Além disso, tenho quatro ministros da saúde, que dizem: ‘o senhor não deve ir enquanto não tiver segurança científica, o senhor tem 75 anos de idade, está em risco e não vai fazer falta porque estará representado. Agora, quando eu decidir ir, você vai me fazer outra pergunta: Por que o senhor vai a tantos palanques?”, brincou.
O político também não confirmou se irá no ato marcado para o próximo dia 15, pois tem viagens agendadas pelo Brasil e pelo mundo em reuniões com líderes mundiais. “Se minha viagem for depois do dia 18, participarei. Se não, deixo aqui meus representantes”, disse.
Memorial da Verdade
No início do encontro, a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann (PT-PR), fez uma breve introdução na qual falava sobre o “Memorial da Verdade”. A plataforma foi construída para endossar o discurso de enfrentamento à Lava-Jato. Cursos e encontros com a base do partido já foram montadas para que os discursos estejam bem alinhados com relação ao processo.