Os atos pelo impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro, ocorrem em pelo menos 60 cidades espalhadas pelo país, neste sábado (02/10). Em Brasília, apesar de a concentração ter sido agendada para às 14h, os manifestantes ainda chegavam ao Museu da República, ponto de encontro dos atos na Capital, por volta de 17h.
Com adesão da população até então bem inferior à registrada nas manifestações pró governo de 7 de setembro, os protestos da oposição, convocados pelo Partido dos Trabalhadores (PT), além de pedirem a saída de Bolsonaro do cargo de liderança do Executivo, também focam em pautas econômicas, como a alta inflação que contamina preços de alimentos, energia elétrica e combustíveis.
Os atos em Brasília reúnem, além de estudantes, trabalhadores e movimentos sindicais, funcionários públicos que protestam contra privatizações e a Reforma Administrativa. Grupos de funcionários como os dos Correios levantam faixas e cartazes contra as desestatizações.
O principal tema dos protestos em todo o Brasil, sem dúvidas, é a alta inflação. Na Avenida Paulista, em São Paulo, a figura de um botijão de gás e um saco de arroz infláveis se destacavam entre os manifestantes, além de faixas e elementos em alusão à alta da gasolina, que se misturavam entre as bandeiras de partidos de esquerda.
Apesar de não ter reunido tantas pessoas como nos atos convocados por Bolsonaro no mês passado, até o momento, é possível verificar uma adesão da população maior do que a dos protestos da “terceira via”, convocados pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua no dia 12 de setembro.
A baixa adesão até às 17h deste sábado, em Brasília, não tirou o otimismo de alguns manifestantes. O professor Gabriel Pinheiro, de 22 anos, afirmava que o ato juntaria todos aqueles que pedem "Fora, Bolsonaro", e em prol da defesa da democracia no Brasil. "Eu acredito que o impacto vai ser maior que a manifestação do 7 de setembro, porque quem tá aqui é realmente o povo brasileiro e não a galera que foi contratada para estar na manifestação no dia 7, não são os grandes ruralistas, não é a bancada da bíblia, é realmente o povo que está na rua dessa vez", afirmou.