Eleições 2022

Haddad descarta união da esquerda na disputa pelo governo de São Paulo

Haddad considera que não há espaço para uma campanha conjunta com Boulos no primeiro turno

Agência Estado
postado em 26/10/2021 20:54 / atualizado em 26/10/2021 20:54
O ex-prefeito admitiu manter diálogo com um potencial adversário na disputa, o ex-governador Geraldo Alckmin -  (crédito:  AFP / Heuler Andrey)
O ex-prefeito admitiu manter diálogo com um potencial adversário na disputa, o ex-governador Geraldo Alckmin - (crédito: AFP / Heuler Andrey)

O ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta terça-feira, 26, que descarta uma união da esquerda na largada da disputa pelo governo do Estado em 2022. Haddad considera que não há espaço para uma campanha conjunta com o pré-candidato do PSOL, Guilherme Boulos, no primeiro turno.

"Não acredito que os votos da esquerda serão pulverizados. Respeito Boulos e o PSOL, mas temos programas diferentes", afirmou. "Mesmo quando uma aliança não é possível, se pavimenta o caminho para uma solução boa para o Estado e o para o País no segundo turno, o que não aconteceu em 2018. Estamos pagando um preço enorme por não ter preparado o terreno para uma solução civilizada", completou Haddad, se referindo à disputa presidencial contra Jair Bolsonaro.

Cumprindo agenda de pré-candidato, o petista participou de evento no Sindicato dos Hospitais do Estado de São Paulo (Sindhosp). Para 2022, a estratégia do PT será abrir mão de candidaturas a governos estaduais para privilegiar alianças no plano nacional e reforçar o arco de apoios à futura candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esta tática será revista em Estados onde a aposta da legenda tenha viabilidade de chegar com boas chances ao segundo turno, como se considera que seja o caso de Haddad.

O ex-prefeito admitiu manter diálogo com um potencial adversário na disputa, o ex-governador Geraldo Alckmin - que participou do mesmo evento na semana passada. O objetivo das conversas, segundo ele, é tratar de "cenários" e discutir, fora do campo da esquerda, um eventual segundo turno em São Paulo no ano que vem. "Entendemos que existe uma oportunidade de virar a página dos últimos anos, que foram de governos muito tensos, tanto no plano federal quanto estadual", afirmou.

O objetivo do ex-presidente Lula, que articulou com a Executiva Nacional do partido um plano de atrair alianças, é concentrar nomes da esquerda e centro-esquerda em torno de seu nome para a disputa pelo Executivo. A determinação é que o PT opte por lançar menos candidatos para governos estaduais e mais para deputados federais e, dessa forma, garantir palanque e tempo de televisão para o líder petista.

Reiterando o que afirmou no ato contra o presidente Bolsonaro em 2 de outubro, na Avenida Paulista, Haddad pregou a superação das divergências entre a oposição para derrotar Bolsonaro nas urnas. O petista, todavia, descartou diálogo entre seu partido e Ciro Gomes.

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