O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) continua colhendo as consequências de uma informação falsa propagada durante live na última quinta-feira (21/10). O YouTube retirou do ar o vídeo da transmissão onde Bolsonaro divulgou uma notícia falsa que associava a vacina contra a covid-19 com a Aids.
De acordo com as regras da plataforma, o canal do presidente ficará impossibilitado de publicar novos vídeos e fazer transmissões por sete dias. Em nota, o Youtube informou que o vídeo foi retirado do ar por violar diretrizes da empresa de “desinformação médica sobre a COVID-19 ao alegar que as vacinas não reduzem o risco de contrair a doença e que causam outras doenças infecciosas”.
“As nossas diretrizes estão de acordo com a orientação das autoridades de saúde locais e globais, e atualizamos as nossas políticas à medida que a orientação muda. Aplicamos as nossas políticas de forma consistente em toda a plataforma, independentemente de quem for o criador ou qual a sua opinião política", completou a plataforma em nota.
Na última quinta-feira (21/10), durante a tradicional live nas redes sociais, Bolsonaro leu duas notícias dos sites Stylo Urbano e Coletividade Evolutiva, que, baseados em relatórios "oficiais" do Reino Unido, afirmavam que pessoas com a imunização completa contra a covid-19 se tornavam mais vulneráveis à síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids).
Após divulgar a informação, que é falsa, o presidente disse que não iria ler a íntegra da notícia para não sofrer sanções das redes sociais. "Não vou ler para vocês aqui, porque posso ter problemas com a minha live. Não quero que 'caia' a live. Quero dar informações concretas", apontou.
Repercussão política
Durante toda segunda-feira (25/10), diversos parlamentares criticaram a declaração do presidente. Deputados da oposição protocolaram uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por associar vacina contra a covid-19 e Aids.
Na denúncia, apresentada pela bancada do PSol na Câmara, o partido acusa o chefe do Executivo de “violações ao Código Penal, infração de medida sanitária preventiva e perigo para a vida ou saúde de outrem, à Constituição Federal, princípio da moralidade, à Lei de Improbidade Administrativa e crime de responsabilidade”.
Vídeo também foi derrubado pelo Facebook
Na noite de domingo (24/10), o Facebook removeu o vídeo das redes sociais, incluindo a publicação no Instagram do presidente. “Nossas políticas não permitem alegações de que as vacinas de Covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas”, disse o porta-voz do Facebook.
Foi a primeira vez que a empresa tira do ar uma live do presidente. Até então, a companhia derrubou apenas um post em que o presidente citava o uso de cloroquina para o tratamento de covid-19.
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