OPOSTOS

Congresso está dividido sobre ampliar o teto de gastos para turbinar Auxílio Brasil

Parlamentares reagiram a nova posição de Guedes sobre o aumento do auxílio e o impacto na economia

Luana Patriolino
Raphael Felice
postado em 23/10/2021 06:00 / atualizado em 23/10/2021 07:51
Ministro da Economia, Paulo Guedes, e presidente Bolsonaro participam de coletiva nesta sexta-feira (22/10) -  (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Ministro da Economia, Paulo Guedes, e presidente Bolsonaro participam de coletiva nesta sexta-feira (22/10) - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O aval do ministro da Economia, Paulo Guedes, à decisão do governo de ampliar o teto de gastos para turbinar o Auxílio Brasil — de R$ 300 para R$ 400 — causou reação no Congresso. Na avaliação do senador Otto Alencar (PSD-BA), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa, Guedes trabalha com insegurança, e seu comportamento tem impactado o Brasil. “Vamos ter consequência já no terceiro e no quarto trimestres, no PIB (Produto Interno Bruto) deste ano, podendo haver até recuo. Isso para quê? Resolver problemas graves do país, conter desemprego e inflação? Isso tudo é para reeleger o presidente Jair Bolsonaro”, criticou. “Dane-se o Brasil e salve-se a reeleição de Bolsonaro, assim funciona a gestão de Guedes”, disparou.

O deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) também reprovou a atuação de Guedes à frente da Economia. Na opinião do parlamentar, o ministro não teve preocupação com a população de baixa renda e, agora, tenta se aproximar, por causa do pleito do ano que vem. “A popularidade do presidente despenca por conta dos erros da política econômica, e quem elege é o pobre, aquele mesmo, que ele não gosta”, disparou.

Para Ribeiro, Guedes não consegue lidar com a ala política. “A reação tardia deixou o país mergulhar numa recessão e aumentar a linha de pobreza. Ele fez pouco do Congresso e dos parlamentares. Não aceitou sentar para negociar em favor do povo”, acrescentou.

Na avaliação do deputado Ivan Valente (PSol-SP), a situação mostra que o Centrão — grupo político que sustenta a governo — está dando as cartas. “Ganhou a queda de braço, além de ganhar ministérios, emendas, cargos. Eles acham que Bolsonaro está fraco”, disse.

Conforme Valente, Bolsonaro tenta emplacar o Auxílio Brasil a qualquer custo para tentar garantir a recondução ao Planalto. “Uma proposta para vencer as eleições. Ele está usando o dinheiro para uma proposta demagógica”, destacou. “A eleição está chegando, e Bolsonaro, derretendo.”

Numa rede social, o deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) postou: “Bolsonaro acha que vai resolver os problemas do país mentindo e fabricando uma realidade paralela. Agora, em pronunciamento com Paulo Guedes, disse que a economia brasileira não está sofrendo. Temos 20 milhões de famintos e inflação explodindo. Mais um deboche com as famílias pobres”.

Defesa

Governistas, porém, tentam minimizar os prejuízos que a decisão provocará para o Brasil. O deputado Sérgio Toledo (PL-AL) defendeu que a equipe técnica de Guedes tem trabalhado para garantir a estabilidade do país, “pelo que o governo tem, pelo seu corpo de pessoas inteligentes e competentes, principalmente, Paulo Guedes”. “Ele sabe conduzir isso da melhor forma possível para não afetar o Brasil”, frisou.

O deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM) acredita que a piora da economia é por conta da pandemia da covid-19 e que o governo tenta amenizar a situação. “Todos os países estão sofrendo. No Brasil, não poderia ser diferente. Apesar de Paulo Guedes ter uma visão muito liberal, tem a sensibilidade de que nós temos uma situação de miséria”, afirmou.

O parlamentar viu como positiva a decisão de ampliar o teto para bancar o programa social turbinado. “Ele está alinhado com o presidente, e esse casamento trouxe mais desenvolvimento profissional. O foco é salvar as pessoas que estão, neste momento, na miséria”, ressaltou. “O Auxílio Brasil dobra o antigo Bolsa Família e é um instrumento primeiro para salvar essas pessoas. Vai ser importante para desenvolver lugares mais pobres”, argumentou.

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  • Cr..dito: Waldemir Barreto/Agencia Senado.  Otto Alencar, senador ( PSD BA ).
    Cr..dito: Waldemir Barreto/Agencia Senado. Otto Alencar, senador ( PSD BA ). Foto: Waldemir Barreto/Agencia Senado
  • Cr..dito: Waldemir Barreto/Agencia Senado.  Otto Alencar, senador ( PSD BA ).
    Cr..dito: Waldemir Barreto/Agencia Senado. Otto Alencar, senador ( PSD BA ). Foto: Waldemir Barreto/Agencia Senado
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