CPI da Covid

"Risada de Bolsonaro não é de alívio, mas de temor", diz Omar Aziz

Presidente da CPI da Covid comentou as declarações do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), nesta quarta-feira (20/10). Segundo o filho do chefe do Executivo, relatório final da comissão seria motivo de "gargalhada"

Jorge Vasconcellos
postado em 20/10/2021 15:07 / atualizado em 20/10/2021 15:07
 (crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
(crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse nesta quarta-feira (20/10) que o presidente da República, Jair Bolsonaro, "deu gargalhadas não por alívio, mas por temor" das possíveis repercussões do relatório final da comissão, lido hoje. Ele comentou as declarações feitas horas antes pelo senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) de que o documento seria motivo de muitas risadas do chefe do governo.

"Presidente, o país precisa de afeto, e as imputações que estão sendo feitas contra a sua administração e contra a sua pessoa são imputações muito sérias. Rir neste momento não creio que seja uma risada de alívio; pelo contrário, a sua risada é de temor, porque a justiça vem. Vem pelos homens, e vem pela justiça divina", declarou o Aziz.

O parecer do relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), indicia Bolsonaro por nove delitos, entre os quais crime contra a humanidade e epidemia com resultado morte.

Flávio Bolsonaro, ao ser questionado por jornalistas sobre como seu pai reagiria ao relatório CPI, respondeu que o mandatário daria “aquela gargalhada dele”. O senador chegou a simular a risada característica do presidente da República.

Omar Aziz disse ainda que a CPI fará de tudo para que o relatório final não seja engavetado por nenhuma autoridade. "Presidente, a gente tem respeito pelo cargo de Vossa Excelência. Vossa Excelência é a maior autoridade deste país. Vossa Excelência, tenha certeza que nós não vamos nos permitir que nenhum cidadão, seja a autoridade que for, ache que pode engavetar esse relatório", disse o senador do Amazonas.

"Esse relatório, a partir de agora, será debatido no Brasil, nas universidades; vai servir de tese para muitos mestrados. A partir de agora, ele passa a ser o relatório, não da CPI, mas o relatório das vítimas covid, dos mais de 600 mil brasileiros mortos, dos sequelados", acrescentou.

 

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