O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal colha o depoimento do presidente Jair Bolsonaro em até 30 dias. Ele deve depor presencialmente no inquérito que investiga uma suposta interferência na PF.
Na decisão monocrática, Moraes determina que Bolsonaro tenha possibilidade de depor em local, dia e hora previamente ajustados. O presidente encaminhou uma manifestação ao Supremo afirmando que quer prestar depoimento pessoalmente. O chefe do Executivo passou a ser investigado após as acusações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. A Corte tinha pautado para quarta-feira (6/10) o julgamento que pretende decidir se o chefe do Executivo deveria depor presencialmente ou por escrito.
O pedido de depoimento presencial foi encaminhado por meio da Advocacia-Geral da União (AGU). Segundo a AGU, o intuito é "a plena colaboração com a jurisdição" do Supremo. “O Requerente manifesta perante essa Suprema Corte o seu interesse em prestar depoimento em relação aos fatos objeto deste Inquérito mediante comparecimento pessoal", disse a manifestação assinada pelo advogado-geral da União, Bruno Bianco.
O presidente está na condição de investigado pelo caso. Uma das provas é um vídeo de uma reunião ministerial ocorrida no Palácio do Planalto em 22 de abril de 2020. No encontro, o chefe do Executivo disse que iria "intervir" na superintendência da corporação no Rio de Janeiro, para beneficiar familiares.
Entenda
Bolsonaro chegou a dizer, na gravação, que não iria esperar "foder a família" para trocar alguém da segurança. “Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui para brincadeira", disse o presidente.
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