O Brasil enfrenta um grande desafio para cuidar de pacientes com doenças pulmonares graves. Na avaliação do médico Rafael Stelmach, professor na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e presidente da Fundação ProAR, o assunto entrou em destaque por conta da pandemia da covid-19, mas ainda faltam debates sobre outras enfermidades e tratamentos efetivos. O especialista foi um dos convidados do seminário virtual Correio Talks — Impacto Social das Doenças Pulmonares Graves, transmitido pelas redes sociais do jornal (site, Facebook, Instagram e YouTube).
Stelmach citou que as doenças pulmonares não são tão conhecidas pela população.“Isso ficou muito mais claro com a questão da covid. Eu disse, no ano passado, que finalmente as pessoas estão entendendo que temos pulmões e não somente coração. As pessoas morriam de doenças respiratórias, mas o laudo era de doenças cardiopatas”, disse. “Isso está mudando. Realmente, as doenças crônicas, principalmente as mais graves, começam como não tão impactantes e não tão graves”, ressaltou.
O professor tem uma carreira consolidada na saúde e também um trabalho importante ligado à gestão. O médico defende a importância da Frente Parlamentar da Imunização e engajamento da sociedade no tema. “O médico recebe os pacientes e atende, mas a interação com no Brasil não é tão comum. Isso me deixou interessado na questão de implementação. Eu tive a oportunidade de implementar o primeiro protocolo de doenças pulmonares crônicas aqui em São Paulo”, destacou no painel.
ProAR
A Fundação ProAR reúne profissionais da saúde, pacientes e entusiastas que têm como objetivo expandir o acesso ao diagnóstico e tratamento das doenças respiratórias crônicas como asma, DPOC, câncer de pulmão, fibrose cística e tuberculose. À frente desse projeto, Rafael Stelmach explicou a intermediação da relação entre especialistas, indústrias, organizações e sociedade civil. “É uma organização privada, mas com base em ações tanto públicas quanto privadas. O objetivo é fazer implementação. Colocar na prática as técnicas e as necessidades dos pacientes e trabalhar juntos”, afirmou.
“Não é somente de professores e profissionais de saúde, mas também pessoas, pacientes ou não, que queiram participar com a gente nessa tarefa. Por isso, a nossa aproximação com a frente parlamentar, assim como a associação dos pacientes”, disse o médico.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como doenças respiratórias aquelas que atingem de maneira crônica as vias aéreas superiores e inferiores. Tais distúrbios estão relacionados a fatores genéticos e hereditários, como a fibrose cística e a hipertensão arterial pulmonar, por exemplo, ao passo que outras são preveníveis.
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